Após ser vaiado por criticar a anistia, durante o show na sexta-feira (29/3), Nasi reafirmou o posicionamento político e pediu que bolsonaristas deixassem o show, não votassem, não comprassem discos e sumissem para sempre.
Mas tudo começou quando Nasi gritou “sem anistia!”, “sem anistia!” – expressão amplamente usada contra a impunidade dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. No final de duas músicas de protesto, vieram as várias.
O artista se manifestou contra a anistia e no fim de uma música que fala “atira pedras no Supremo, um dia você vai se queimar, queima, queima”, as vaias e gestos com o dedo médio intensificou o atrito entre o cantor e parte do público que se revelaram bolsonaristas.

Mas sem hesitar, Nasi reagiu de maneira enfática.
"Pra vocês que estão vaiando, eu vou falar uma coisa: tem gente que acompanha o Ira!, mas nunca entendeu o Ira! Nunca entendeu o Ira! Tem gente que acompanha a gente e é reacionário, tem gente que acompanha o Ira! e é bolsonarista. Isso não tem nada a ver, gente! Por favor, vão embora! Vão embora da nossa vida! Não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos, não apareçam mais. É um pedido que eu faço", declarou o vocalista.

A declaração de Nasi não é isolada. O músico já se posicionou publicamente contra artistas de rock alinhados à extrema-direita. Ele já expressou a preocupação com o conservadorismo no cenário roqueiro nacional.
A postura do artista reforça a identidade histórica do Ira!, uma banda que sempre flertou com discursos de contestação e rebeldia desde os anos 1980.
A polêmica em Contagem evidencia a divisão política dentro do próprio público do rock nacional, mostrando que, para Nasi, o posicionamento político da banda não é negociável.
