Fotos: Redes Sociais
Juliana Alves Prado, de 27 anos, natural de Pouso Alegre (MG), foi a vítima fatal do acidente ocorrido no domingo (15/6), durante um passeio irregular de balão em Capela do Alto, interior de São Paulo.
Segundo a Confederação Brasileira de Balonismo, a tragédia poderia ter sido evitada, já que a empresa responsável pelo voo de balão, não possuía licença para operar. O equipamento com capacidade máxima de 24 pessoas levava 34.
O voo partiu de Boituva, a 24 quilômetros do local do acidente, onde, durante o fim de semana, acontecia o 38º Campeonato Brasileiro de Balonismo. No entanto, a Prefeitura de Boituva esclareceu que o balão acidentado não fazia parte do evento oficial.
A vítima fatal, Juliana Prado, recém casada, era psicóloga e funcionária da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí (FUVS). Ela estava com o marido, Leandro Pereira, comemorando o Dia dos Namorados. Leandro sobreviveu com ferimentos.

Balão clandestino e superlotado
Conforme autoridades locais, o balão estava operando de forma clandestina, com documentação vencida e condutor não habilitado para voos comerciais com passageiros.
A Prefeitura de Boituva informou que a empresa já havia sido autuada e lacrada em 2021 por diversas irregularidades, incluindo infrações sanitárias durante a pandemia. Desde então, ela passou a operar com outro CNPJ, o que evidencia tentativa de driblar a fiscalização.
O piloto do balão foi preso em flagrante por homicídio culposo (sem intenção de matar), agravado por exercício irregular de atividade de risco. Durante audiência de custódia, a prisão preventiva foi mantida.
Ele alegou à polícia que uma mudança repentina nas condições climáticas causou a perda de controle do balão. No momento do acidente, os ventos atingiram até 70 km/h, sendo que o limite de segurança para voos de balão é de 10 km/h.
Por causa das condições climáticas adversas, não houve voos do 38º Campeonato Brasileiro de Balonismo, no domingo (15/6), em Boituva/SP. Todos os voos foram cancelados.

Clima, imprudência e tragédia
Segundo o delegado responsável pelo caso, Edenilson Meira, da Delegacia Seccional de Itapetininga, o piloto tentou pousar diversas vezes em locais inadequados, o que agravou o risco e contribuiu diretamente para a queda.
A Confederação Brasileira de Balonismo confirmou que o condutor tinha permissão apenas para voos individuais e não apresentou qualquer documentação válida. “Era um balão clandestino”, afirmou o presidente da entidade, Johnny Silva.

Velório em Minas e comoção
O corpo de Juliana Alves Prado foi velado nesta segunda-feira (16/6) na Funerária Santa Edwiges, em Pouso Alegre (MG). Casada desde setembro de 2024, Juliana era muito querida por colegas e pacientes. A FUVS publicou uma nota de pesar nas redes sociais.
A polícia solicitou exames para verificar se Juliana estava grávida, como suspeitavam familiares.
Responsabilidades e segurança
O caso reacende o debate sobre fiscalização de voos turísticos e segurança aérea em atividades recreativas. Com o aumento da popularidade dos passeios de balão, especialistas alertam para o crescimento de empresas irregulares operando sem o devido controle.
A Prefeitura de Boituva reiterou que o acidente não tem nenhuma relação com o Campeonato Brasileiro de Balonismo, e que vai reforçar as ações de fiscalização para impedir novas tragédias.
A Escola Brasileira de Balonismo também publicou uma nota de esclarecimento ressaltando que “a segurança dos passageiros está em primeiro lugar”.
