Longa fila se formou na Praça da Cemig, na manhã da última quarta-feira (3)
Foto: Colaborador/WhatsApp
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Iêva Tatiana
A retomada da cobrança do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) residencial em Contagem tem levado muita gente aos Centros de Atendimento Presencial (CAP) do município – na sede da prefeitura; na Unidade de Atendimento Integrado (UAI), no bairro Cabral; e na Receita Municipal, no Cidade Industrial.
Na manhã da última quarta-feira (3), uma longa fila de contribuintes em busca da revisão do valor do tributo ou da isenção se formou na Praça da Cemig. De acordo com a Prefeitura Municipal de Contagem (PMC), todas as pessoas estão sendo atendidas e o número de atendentes foi aumentado para que aposentados e pensionistas possam ser priorizados.
Até a última terça-feira (2), 6 mil contribuintes haviam sido atendidos no CAP da Receita, 1.200 no CAP Sede e outros 900 na UAI Contagem. Segundo a PMC, entre os processos efetivamente abertos até o momento estão 1.800 isenções para aposentados e 400 revisões de lançamentos. Os números referentes a outros assuntos tratados nas unidades de atendimento (emissão de guias, parcelamento e busca por informações) não foram divulgados pelo Executivo.
Insatisfação
Para quem busca uma redução no valor do IPTU ou a manutenção da isenção – que prevaleceu durante quase três décadas no município –, a burocracia e a demora nos atendimentos têm sido um prejuízo a mais.
A dona de casa Kenia Henriques, de 42 anos, mora no Jardim Califórnia e esteve no CAP do Cidade Industrial três vezes, nas últimas semanas. Na primeira, a demora na fila foi tanta, que ela não pôde aguardar. Na segunda, um dos filhos dela, que é autista, ficou agitado e ela precisou ir embora.
“Ontem (quarta-feira, dia 3), fui novamente e estava cheio, mas obtive informação. Peguei um formulário que deve ser preenchido e entregue com uma lista de documentos. Tenho que pegar o registro atualizado do imóvel no cartório. Ele é pago, mas não sei o valor. Se continuar assim, terei que pegar mais fila quando estiver com os documentos em mãos. Não há agendamento. Não fui atendida. Só peguei informação na porta”, afirma a dona de casa.
Para Kenia, só interessa a isenção, devido aos gastos com o filho com autismo, que são grandes, já que o garoto precisa de tratamentos multidisciplinares, e às prestações do fianciamento da casa em que vive. De acordo com a dona de casa, voltar a cobrar o tributo neste ano não foi uma decisão acertada. “Em um momento de crise como esta, é muito complicado. (A prefeitura) deveria ter tido um diálogo aberto com a população e a ouvido”.
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Prazos para revisão
O prazo final para pagamento da cota única (com desconto de 7%) ou da primeira parcela é na próxima sexta-feira (5). O contribuinte que discordar da cobrança tem até dia 31 deste mês para contestar o IPTU.
“Em caso de pedidos de revisão, a cobrança do tributo será suspendida, e somente será devido o imposto após o processamento do pedido de revisão, abrindo o prazo para pagamento, nas mesmas condições que foram quando do pagamento com vencimento no dia 05/05”, informou a PMC.
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