Data de publicação: 22-08-2017 17:00:00

Educação: desafio para o Brasil

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Reprodução Internet
 
Sebastião Alvino Colomarte*
 
O sistema educacional brasileiro sofre influências das intensas desigualdades sociais. Na verdade, o que ocorre é que existem verdadeiras ilhas com pouco desenvolvimento, como o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, por exemplo, e centros altamente sofisticados, como o Vale da Eletrônica, que desenvolve, no Sul de Minas, uma tecnologia de ponta, ou em outras regiões do país, como São José dos Campos e Florianópolis.
 
O educador popular, antropólogo e folclorista Tião Rocha diz que a tecnologia no Brasil não consegue atingir a educação como um todo. Na verdade, precisamos corrigir essa distorção, pois apesar dos avanços, nos deparamos com escolas do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI. Considero que as particularidades do aluno e da região onde ele vive precisam ser consideradas para se promover uma educação de fato.
 
Levar o desenvolvimento às diversas áreas carentes do Brasil é o grande desafio. Nesse sentido, um estudo pormenorizado da vocação econômica das microrregiões poderia ser o primeiro passo. Assim, antes de se pensar em desenvolvimento tecnológico, estaríamos buscando integrar as regiões carentes do país, que estão alijadas do contato com a tecnologia, mas com potencial de crescimento, sem, necessariamente, utilizar tecnologia de ponta.
 
No Brasil, é comum depararmos com escolas que carecem de um mínimo de infraestrutura básica, às vezes sem um sistema de saneamento eficiente. Apesar de toda a precariedade, ali encontramos professores abnegados que tentam “tirar água de pedra”.
 
Assim fica a pergunta: Qual o futuro reservado para essas crianças, que ficam sem condições de competir em igualdade de condições com estudantes de grandes centros urbanos quando chegar o momento de lutar por uma vaga em uma universidade púbica via Enem? Mesmo com as cotas sociais, raros conseguem ocupar esse espaço. A situação se agrava quando jovens pouco ou sem formação/qualificação tentam entrar no mercado de trabalho.
 
É preciso participação do governo com políticas públicas sérias focadas na educação cidadã e profissional, assim como da iniciativa privada e de toda a sociedade, visando encurtar o abismo existente entre os polos que irradiam tecnologia e, por outro lado, regiões que carecem de uma mínima infraestrutura básica.
 
O Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais, com mais de três décadas de atuação em todo o Estado, beneficiando milhares de estudantes com o Programa Estágios, defende a ideia de uma educação “regionalizada”, respeitando a vocação e as diferenças existentes entre as diversas regiões do país. Desta maneira, seria até possível reduzir o fluxo de migração para os grandes centros econômicos.
 
Pode-se levar inovação às regiões mais carentes do Brasil? Sim, mas também é possível pensar em um desenvolvimento sustentado em que a tecnologia não seja o único instrumento para alavancar o progresso de uma determinada região. Afinal, uma educação de qualidade é sinônimo de uma comunidade próspera. 
 
*Professor, superintendente-executivo do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais e diretor da Associação Comercial e Empresarial de Minas.
 
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