Antigos moradores das ocupações William Rosa e Marião, ambas em Contagem, protestaram contra atrasos no repasse do aluguel social e na construção de moradias populares, medidas que foram acertadas com a Companhia de Habitação de Minas Gerais (Cohab Minas) e a prefeitura, em junho do ano passado.
No final da tarde da última terça-feira (23), um grupo fechou a avenida João César de Oliveira, no cruzamento com a avenida José Faria da Rocha, nas imediações do Centro de Consultas Especializadas Iria Diniz, no Eldorado.
De acordo com o líder do movimento Luta Popular, Lacerda Santos, o subsídio – de R$ 450 – tem sido pago às 432 famílias sempre com alguns dias de atraso, o que estaria gerando “inúmeros constrangimentos”. Conforme informado no Termo de Acordo firmado entre as partes, os pagamentos deveriam ser feitos até o dia 15 de cada mês, o que ainda não havia ocorrido oito dias depois do prazo.
“Iniciamos 2018 com um alerta aos governantes: é urgente que o subsídio seja pago em dia e que as obras se iniciem. Estamos atentos e mobilizados”, afirmou Santos.
Contraponto
O presidente da Cohab Minas, Alessandro Marques, nega que os atrasos sejam constantes e atribui à burocracia a demora no repasse deste mês.
“Em todo início de ano, não só a prefeitura como a Cohab precisa abrir o orçamento e isso, geralmente, depende de assembleia, de sanção do governador e do prefeito. Os pagamentos foram todos feitos hoje (quarta-feira, dia 24), porque o orçamento foi aberto, não porque eles pararam o trânsito”, afirmou.
Ainda segundo Marques, a Companhia é que tem tido problemas com “a falta de compromisso” dos antigos moradores das ocupações, já que eles estariam recebendo o subsídio e deixando de pagar os aluguéis.
De acordo com ele, muitos proprietários de imóveis têm procurado a Cohab para queixar que não estão sendo pagos. “Já solicitamos às imobiliárias os nomes das pessoas que estão em atraso e estamos aguardando o levantamento”, disse Marques.