Pelo trigésimo sexto ano consecutivo, a Igreja Matriz de São Gonçalo, em Contagem, realizou a encenação da Morte e Paixão de Jesus Cristo. O espetáculo produzido pelo Grupo Gonçalante de Teatro aconteceu no Espaço Popular, na última sexta-feira (19). O pároco José Fernando de Mello deu boas vindas aos fiéis e convidou a todos para uma reflexão.
“Esse grande teatro nos trás uma reflexão da vida do Cristo Jesus. O tema principal é o combate à inveja, arma dos fracos. Somente os fracos têm inveja. Por isso vamos lutar para acabar com a inveja em todos os lugares, nas famílias, na vida profissional, na paróquia, no nosso dia a dia”, enfatizou Padre José Fernando, que também lembrou as tragédias que assolaram Minas Gerais, o Brasil e o mundo, e ainda condenou a violência contra as mulheres.
Homens, mulheres e crianças dividiram espaço e rezaram juntos a oração “Pai Nosso”, antes do início do espetáculo. O público acompanhou atentamente a encenação e aplaudiu de pé no final.
A lua cheia iluminou a noite e inspirou os atores amadores voluntários que fazem parte do elenco. Segundo o diretor Arnaldo Rodrigues, apesar das dificuldades para produzir o espetáculo, a vontade de realizar e participar é sempre maior.
“Confesso que pensei em parar diante das dificuldades, mas quando vejo o resultado do nosso trabalho ganho forças para continuar. Acredito que enquanto tive saúde, continuarei realizando esse lindo espetáculo. É um trabalho artístico que envolve a evangelização que tem a missão de trazer as pessoas para a igreja e para mais perto de Jesus”, explicou o diretor.
Flagrantes
Um fato inusitado aconteceu no momento em que os soldados chicoteavam Jesus obrigado a carregar a própria cruz. Uma senhora agrediu com tapas os soldados para impedi-los que continuassem a bater em Jesus. Nesse instante, a empatia fez à senhora confundir a apresentação teatral com a realidade.
“Há quinze anos faço o papel de Jesus Cristo. O público tem muito carinho com o meu personagem e todos os anos alguém tenta impedir os soldados, não querem que me batam. Isso é gratificante. Sinal que a mensagem está sendo passada apesar de não ser possível mensurar o que Jesus realmente passou”, justificou Clayton Fagundes, o Jesus Cristo na encenação.
Também foi possível presenciar fiéis emocionados e crianças assustadas com a cena da crucificação. A realidade passada pelos atores juntamente com os efeitos especiais de som e iluminação, tornou o martírio de Jesus Cristo no momento mais dramático da encenação.
No final do espetáculo, Padre José Fernando ressaltou que Jesus morreu por todos nós para trazer a vida e ressuscitou por um mundo mais digno.
“Esperamos que a Prefeitura de Contagem nos ajude e coloque esse espetáculo no calendário oficial da cidade. São cerca de dez mil pessoas prestigiando o evento e outros milhares assistindo pelas redes sociais”, finalizou o Pároco que convidou aos fiéis para seguir a procissão e para participar das comemorações da Páscoa.
Ainda segundo o Padre, todos os anos, o espetáculo é confirmado somente nos últimos dias. Isso acontece devido à falta de recursos para custear o som e a iluminação, estrutura essencial para a realização do evento.
Fiscalização ostensiva
Outro fato que chamou a atenção foi à quantidade de fiscais da prefeitura deslocados para o evento. Mesmo diante das dificuldades dos trabalhadores ambulantes, muitos desempregados fazendo bico, a maioria foi retirada e impedido de comercializar os produtos. A Transcon também não poupou ninguém, multou indiscriminadamente.
Para dar mais visibilidade ao espetáculo, a Contagem TV e Jornal Diário de Contagem Online fizeram a transmissão ao vivo, via redes sociais.
Agrademos o apoio dos patrocinadores que possibilitaram mostrar o espetáculo bíblico para Contagem e para mundo.
O Boticário, Nova Faculdade, vereador Alessandro Henrique, Loja da Beth, CVC Contagem, Panda Produtos Importados, Panificadora Halley, vereador Alex Chiodi e Paróquia São Gonçalo.
