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Alexandre Cézar de Oliveira Melo*
Estamos no cerne da quarta revolução industrial. Tal contexto nos remete a uma reflexão sobre as transformações já ocorridas e também sobre as que estão acontecendo hoje nas áreas da educação e do trabalho, em virtude da fusão dos mundos físico, digital e biológico. A energia mecânica e o desenvolvimento dos motores a vapor deram origem à primeira revolução industrial, que se iniciou no final do século XVIII. A mecanização da indústria têxtil teve maior proporção naquele momento, e, da mão de obra contratada, exigia-se muita força física e pouca qualificação.
No século XIX, a energia elétrica impulsionou a eletrificação da fábrica. No século XX, outros aspectos que influenciaram significativamente o aperfeiçoamento da produção foram a utilização de métodos científicos, a padronização do trabalho e dos processos produtivos, bem como a produção em massa, como é o caso da linha de montagem de Henry Ford. Quanto à mão de obra, era demandado do trabalhador o conhecimento prático ou técnico específico e inerente à atividade desenvolvida por ele.
A década de 1970, no século passado, abriu as portas para a terceira revolução industrial com o desenvolvimento da automação. A substituição da mão de obra humana pela máquina na realização de tarefas mecânicas e repetitivas, aliada à tecnologia de informação, permitiu maior assertividade na utilização de recursos, na execução das tarefas e na tomada de decisões.
Concomitantemente à terceira revolução na indústria, a educação brasileira passa por uma reestruturação com a promulgação de uma Lei de Diretrizes e Bases que torna o ensino profissional obrigatório. Consolidam-se instituições como as escolas técnicas e o Sistema S. O mercado de trabalho passa a demandar de profissionais que possuem, além da formação teórica, adquirida na sala de aula, o conhecimento prático advindo do ambiente do trabalho. Surgem os agentes de integração, instituições responsáveis por intermediar programas de estágio e promover a ponte entre os mundos do saber e do fazer.
As três primeiras revoluções industriais possibilitaram a transformação do contexto produtivo, o aumento da remuneração dos trabalhadores em virtude da qualificação, e a tecnologia da informação se consolidou como ponto nevrálgico do desenvolvimento econômico.
Os muros das instituições de ensino são rompidos pela tecnologia, que possibilita o acesso e a troca de conhecimento em qualquer lugar do mundo. Assim como organizações de todos os segmentos, independentemente do porte, são afetadas pela concorrência globalizada e pelo desafio de entregar produtos e serviços com cada vez mais agilidade, qualidade e menor preço.
A quarta revolução industrial assume uma dimensão exponencial, provoca transformações mais profundas em todos os segmentos devido às tecnologias que permitem a fusão dos mundos físico, digital e biológico. Profissões tradicionais tendem à extinção e outras perspectivas profissionais surgem a cada dia. As modalidades de ensino não exigem mais a presença física de professores e alunos, assim como atividades profissionais podem ser executadas de qualquer lugar do planeta.
Nos 40 anos de ininterruptas atividades em território mineiro, o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) abraça o conceito da Integração 4.0, investindo no aperfeiçoamento das suas interfaces com empresas, instituições de ensino e estudantes, para que os programas de Estágio e Aprendizagem oferecidos há quatro décadas atendam à essa nova realidade.
O conceito de Integração 4.0 parte da premissa de que, nos dias atuais, a teoria e a prática estão sendo plenamente exercitadas no ambiente virtual, com processos digitais, visando atender a interesses humanos, mas respondendo à tomada de decisões híbridas.
*Professor, supervisor de comunicação e ouvidoria do CIEE/MG.
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