Data de publicação: 23-04-2020 17:35:00

A reflexão faz de todos nós covardes

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Internet/Reprodução
 
Rui Miguel*
 
A nossa inexperiência nos leva a fazer coisas que outras pessoas já fizeram. Seguimos a boiada, pois a sociedade cravou em nossas mentes que o que está sendo visto diariamente é o destino de todos. Se você o fizer e não for feliz, o problema não é mais da sociedade, porque ela já ditou as regras, então, siga-as. Se todo mundo faz, então, esse é o caminho a seguir. Correto? Absolutamente não!
 
Se alguém tem que dizer o que deve te fazer feliz é você mesmo. Ninguém mais tem esse poder nem esse direito. Apenas você é responsável por isso.
 
Não ache que é muito tarde para mudar as coisas ou que você não tem tempo para se arrepender. Se você está arrependido, é porque suas decisões foram ruins e toscas. Então, conserte isso. Isso é problema seu e não de outras pessoas, do destino ou do seu criador.
 
Existe apenas um momento do qual não vale a pena se arrepender: quando estiver em seu leito de morte, ao olhar para trás, e vir tudo o que deixou de fazer para agradar os outros, os instantes de felicidade que deixou passar sem aproveitar porque não achava certo. Nesse momento, eu realmente admito, não adianta nenhum arrependimento, simplesmente aceite que você vai morrer e que a sua vida não valeu a pena.
 
Portanto, não espere chegar nessa situação. Mude agora. Mesmo porque você nunca sabe quando esse momento vai acontecer, quando o seu arrependimento não terá mais oportunidades de ser mudado.
 
Pare de lamentar pela vida que você não tem, pelo casamento que você não possui, pelo emprego que você detesta, e comece a mudar.
 
Se você acha que mudar tudo vai dar muito trabalho e não vale a pena, pois tem medo do que vai acontecer, então eu te digo sinceramente: você merece a vida que leva e a infelicidade que ela traz.
 
Essa decisão, essa mudança, essa forma de viver a vida ou de fazê-la valer a pena – mesmo que você entenda e aceite isso depois de várias decisões erradas ou depois de muito tempo sem sentido – são para os fortes.
 
As pessoas têm a tendência de ter o seguinte pensamento: “Vou fazer o que todos fazem, se não der certo, não tem problema, ao menos eu não vou ser o único que errou. Ninguém vai poder me criticar, pois todo  mundo fez a mesma coisa”. É Esse pensamento pobre e insano que deixa as pessoas infelizes. E você está indo pelo mesmo caminho porque não tem personalidade e é covarde para tomar decisões que afetam a sua vida e a de outros.
 
Tenha em mente que, por mais que neste momento você tenha que se desnudar de alguns preceitos e magoar algumas pessoas, no princípio parecerá desumano. Mas tenha absoluta certeza de uma coisa: tomar decisões infelizes não vai trazer felicidade para ninguém. Se as pessoas realmente te amam, pode ter certeza de que, vendo a sua felicidade a longo prazo, elas irão te entender e perdoar. Isso é factível. Se alguém não te perdoar ao te ver feliz, então, ele não merece fazer parte da sua vida.
 
Torne cada momento da sua existência pleno. Não faça nada que não te deixe feliz. Não tente empurrar a sua felicidade para o próximo instante, o dia seguinte nem o próximo mês, e não a coloque em um momento futuro, que você espera e almeja com tanto afinco, porque você pode aceitar qualquer coisa hoje e, daqui a algumas semanas, ter somente alguns dias de prazer.
 
Aproveite o agora. Se no próximo mês você tiver dias certos de felicidade, ótimo. Mas isso não apaga o direito de viver intensamente e de fazer valer a pena o agora.
 
Lembre-se: o passado e o presente não existem literalmente. Foram criados por nós, humanos. Um para recordar momentos felizes que já se foram e que não podem ser revividos ou modificados, e outro para aceitarmos que ainda podemos modificar e aproveitar o tempo que há. A única coisa que é literalmente real e que você está vivendo é o agora, o presente. Então, faça do seu presente um presente de vida.
 
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*Rui Miguel cresceu em Contagem. É formado em engenharia de rede de computadores e especialista Microsoft. Tímido e paradoxalmente extrovertido. Misterioso e intrigante, mas com um senso de humor incrivelmente inteligente e sarcástico. Em 2007, teve os primeiros sintomas do Parkinson e, depois de seis meses, o diagnóstico foi confirmado. É autor do livro “Entrando no parkinson de diversões” e, em 2017, foi nomeado comendador e profissional do ano com o blog que fala sobre “como viver a vida e não apenas sobreviver” (www.ruimiguel.com.br). Também possui um canal no YouTube onde trata do mesmo assunto.
 
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