Atual e ex-secretário de Saúde de Minas Gerais em visita à nova ala de UTI do Hospital Júlia Kubitschek, em Belo Horizonte, em janeiro último
 
Foto: Fábio Marchetto/Divulgação

 
O atual presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), o médico Fábio Baccheretti, será o novo secretário estadual de Saúde. Ele assume a pasta no lugar de Carlos Eduardo Amaral, protagonista de um escândalo sobre supostas fraudes na vacinação contra a Covid-19 e alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa (ALMG).
 
O anúncio do novo titular foi feito pelo governador Romeu Zema (Novo) em sua conta no Twitter nesta sexta-feira (12). Na última quinta (11), ele já havia comunicado o desligamento de Amaral.
 
“Agradeço o trabalho que realizou à frente da secretaria, em especial no combate à pandemia e na gestão para a futura retomada das obras dos Hospitais Regionais no Estado”, disse Zema sobre o ex-secretário.
 
Em relação a Baccheretti, o governador afirmou que o trabalho dele na Fhemig “colaborou para os resultados relevantes em expansão de leitos e referência clínica no combate à Covid-19”.
 
Investigação
 
Na quinta-feira, o presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PV), aprovou um requerimento assinado por 39 deputados para a instalação da CPI que vai apurar denúncias de irregularidades na campanha de imunização contra a Covid-19 no Estado. Informações preliminares dão conta de que 806 servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) teriam furado a fila da vacinação, tirando a preferência do público prioritário.
 
Carlos Amaral foi um deles. O então titular da SES-MG admitiu, durante uma entrevista, que já recebeu a primeira dose do imunizante e salientou que não via o ato como ilícito.
 
“Vamos investigar a fundo esses que se entendem privilegiados e passaram à frente dos demais na vacinação. Neste momento de pandemia, isto é um crime dos mais graves. Penso naqueles que ainda precisam ser vacinados, que gostariam de estar abraçando os seus parentes, mas que, infelizmente, estão doentes. Isso é algo absurdo”, declarou Patrus.
 
Posicionamento
 
Também em uma postagem no Twitter, Zema revelou que esteve reunido com Amaral na manhã de quinta-feira e reafirmou a ele que determinou aos órgãos de controle do Executivo que apurem o processo de vacinação dos servidores. Na ocasião, o ex-secretário garantiu ao governador que todas as ações adotadas foram “técnicas e legais”, segundo o chefe do Executivo.
 
“Também cobrei que o [antigo] secretário apresente todos esses esclarecimentos à sociedade. A vacinação é a esperança dos brasileiros e a solução contra o vírus. Manifestei meu desejo de ver vacinadas com a maior velocidade e prioridade as pessoas que estejam expostas a maior risco”, completou.
 
Já nesta sexta-feira, ao comunicar o nome do novo responsável pela SES-MG, o governador garantiu que a imunização continuará ocorrendo regularmente no Estado. “Seguiremos determinados no combate à pandemia e dando sequência à maior operação de vacinação da história de Minas com transparência e responsabilidade”, concluiu Zema.