Data de publicação: 13-04-2021 02:06:00 - Última alteração: 13-04-2021 02:14:33

Sociedade civil de Contagem se organiza para enfrentar a pandemia

Jornal Diário de Contagem On-Line
Print: Robson Repórter

A Frente Brasil Popular de Contagem realizou nesta segunda-feira (12), uma reunião remota ampliada para discutir e encontrar saídas coletivas para enfrentar a pandemia que está fora de controle na cidade e em todo Brasil. 

A falta de coordenação do governo federal e a falta de vontade de seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde - OMS que já reconheceu a gravidade da situação sanitária do Brasil, deixou os participantes indignados.  

A professora e coordenadora Frente Brasil Popular de Contagem, Adriana Souza, mediou o encontro, agradeceu a participação de todos e fez o encaminhamento das propostas, que, segundo ela, deverão fazer parte da futura Conferência Municipal que terá a missão de tirar do papel as ações sugeridas.

O superintendente de Vigilância em Saúde Pública, José Renato de Resende Costa, representou o governo municipal na reunião. Ele afirmou que a pandemia está fazendo todos que estão na linha de frente se reinventarem para enfrentar a crise sanitária. O sanitarista informou os dados do Boletim Covid-19 e se dispôs a ouvir as propostas dos participantes.

“Sou um grande defensor do Sistema Único de Saúde - SUS e acredito muito em propostas apresentadas de forma participativa. Todas as propostas que saírem daqui, levarei ao secretário de Saúde e à prefeita Marília Campos. Sugiro a todos que exerçam a cidadania e participem da Conferência Municipal de Saúde que também tem a missão levar propostas da sociedade para o governo”, enfatizou.

Participação popular

Todos que se inscreveram tiveram a chance de opinar, criticar e sugerir ações que possam contribuir para o melhor enfrentamento da pandemia.  

Neides Abreu e Luana reclamaram que os carros de som contratados pela prefeitura que levam orientações sobre os cuidados que se deve ter para evitar a disseminação da covid-19, não estão circulando nas periferias. 

“Sugiro que seja mantido o toque de recolher para diminuir a aglomeração e que aumente a presença da Polícia Militar e da Guarda Civil nas comunidades para orientar e proteger, não somente para combater o tráfico de drogas”, reclamou Luana.

O professor e artista plástico, Severino Iabá, disse que estamos vivendo uma guerra fria causada pela desinformação. Segundo Iabá, o poder público não está tendo forças para mudar essa triste realidade. 

“Vejo que uns querem construir e outros destruir. Precisamos da força de todos os cidadãos porque estamos vivendo um genocídio da cidadania. Sugiro à prefeitura que produza materiais educativos específicos para o transporte público capazes de esclarecer e orientar qual é a melhor forma de se proteger contra o covid-19”, enfatizou.

Lula, funcionário da Fiocruz de Recife, Pernambuco, disse que a fome no nordeste brasileiro também tem se agravado. “Participo do Projeto Mãos Solidárias que busca voluntários para formar agentes populares que informam e ajudam a população enfrentar a crise. Mas precisamos cobrar dos municípios porque os Estados e o Governo Federal não estão conseguindo resolver a crise”, frisou.

Adriana Souza ressaltou que boa parte do povo brasileiro está negando a pandemia, isso porque estão sendo liderados por um presidente genocida.

Wesley Duarte disse também, que o povo está enfrentando uma guerra e que a liderança do país está nas mãos de um presidente genocida. “Precisamos criar trincheiras com pontos estratégicos para a arrecadação de alimentos, conscientização da população e distribuição de máscaras. Conscientizar politicamente também se faz necessário para não corrermos o risco de reeleger esse governo federal genocida que aí está”, destacou.

Vanderleia ressaltou que os serviços já estão colapsados, principalmente a assistência médica e funerária. “Peço uma ação mais contundente por parte do poder público. O governo municipal precisa bancar um auxílio emergencial porque as pessoas não podem e não conseguem permanecer dentro de casa sem nenhuma renda”, disse.

Lerena Lemos, representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Naldo da Secretaria Municipal de Governo, se colocaram à disposição para ajudar a viabilizar as propostas apresentadas. Naldo informou que a subsecretaria de Participação Popular foi criada para manter uma canal de comunicação direto com a sociedade civil organizada.

A professora e representante do Grupo SOS Vargem das Flores, Cristina Oliveira, também disse que vivemos em estado de guerra e que a população precisa reagir.

“São muitos os negacionistas e ignorantes que promovem festas. São pessoas que não se importam com pessoas fazendo pouco da doença. Acredito que somente com o envolvimento popular conseguiremos vencer o vírus e esse governo genocida que está no poder’’, ressaltou a professora.

Resposta do representante do governo

Depois de ouvir todas as propostas, José Renato ressaltou que a prefeita está atenta e ciente da importância da transparência. Ele afirmou que existe a possibilidade de criar uma lei para obrigar o uso de máscara sob pena de multa e que a preposição está sendo estudada pela Procuradoria do Município.

“A questão das vacinas, a prefeitura está tentando viabilizar a compra direta para agilizar a vacinação. A testagem é uma medida que deveria ter sido tomada há meses atrás, porque atualmente, a transmissão já está muito alta. Com relação às fiscalizações, estamos trabalhando muito por meio das Ações Pacto Pela Vida, mas ainda é difícil cobrir todo o município. já o transporte público administrado pela Transcon está cumprindo as recomendações para evitar aglomeração”, completou o superintendente de Vigilância em Saúde Pública, José Renato de Resende Costa.

De acordo com a professora Cristina Oliveira, as propostas apresentadas servirão para o governo se organizar e reagir. Ela disse que acredita que a realização de uma Conferência Municipal será importante para discutir a crise sanitária.

“Já que estamos enfrentando a 3ª Guerra Mundial, o Governo Federal deveria colocar o Exército e todos os recursos humanos como médicos, enfermeiros, farmacêuticos e pesquisadores na linha de frente.

Propostas da sociedade civil organizada:

- Montar hospitais de campanha e postos de vacinação em todo o país;

- Mobilizar os movimentos sociais, a população, políticos e gestores para pressionar o governo a comprar e produzir vacinas para vacinar imediatamente 70% da população;

- Melhorar a transparência e divulgar os números corretos e detalhados do covid-19 para dar um choque de realidade a população em geral;

- Divulgar os recursos recebidos para o enfrentamento da pandemia, valores repassados pelos Governos Federal e Estadual, e qual foi a contrapartida do município para enfrentar a doença; 

- Criar campanhas educativas capazes de incentivar o engajamento da população,

- Criar ações capazes de conscientizar a juventude por meio apresentações culturais, músicas, influenciadores digitais locais, divulgar nas redes sociais e envolver organizações sociais nas iniciativas;

- Criar subsídios para os pequenos comerciantes e criar internet pública gratuita, principalmente nas periferias como forma de incentivar o comércio virtual e evitar a circulação de pessoas;

- Garantir uma renda mínima para a população de periferias, vilas e favelas, garantir o acesso a cestas básicas, água, gás de cozinha e medicações;

- Acabar com aglomerações no transporte coletivo aumentando o número de ônibus, principalmente nos horários de pico;

- Identificar famílias em insegurança alimentar e criar lei que obrigue o uso de máscaras sob pena de multas.
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