Data de publicação: 08-07-2021 23:22:00 - Última alteração: 09-07-2021 15:48:15

Movimentos se unem para mostrar danos sociais e ambientais com as obras do Rodoanel

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE

A reunião realizada nesta quinta-feira (08/07), convocada em caráter de urgência, discutiu a importância da mobilização popular. Ambientalistas de Contagem querem convencer os deputados a retirarem do PL 2508/21, o projeto do Rodoanel.

 

O PL 2508/21 regulamenta os repasses dos valores do Acordo Judicial entre a Vale e o Governo Zema. Segundo a professora e coordenadora da Frente Brasil Popular Contagem, Adriana Souza, a obra do Rodoanel vai beneficiar somente as mineradoras e o próprio governador Romeu Zema. 

 

“O dinheiro do acordão entre a mineradora Vale e o governo de Minas, que seria para reparar os desastres socioambientais causados pelos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho, na realidade, será usado nas campanhas de reeleição do governador e dos deputados. Não podemos permitir esses abusos do governo Zema. Quem permitir a construção do Rodoanel, a história futura irá cobrar as responsabilidades”, enfatizou. 

 

A subsecretária Municipal de Planejamento Urbano e Orçamento Territorial, Luciane Mitraud Carvalho, fez a apresentação do traçado sugerido pela Associação Mineira de Defesa do Ambiente - AMDA. Segundo a servidora, o novo traçado também vai afetar a bacia de Vargem das Flores. “O governo Marília Campos é contra a obra do Rodoanel porque a via não trará nenhum benefício para o município, muito pelo contrário, poderá afetar gravemente a bacia e a represa Vargem das Flores”, disse.

 

Linha azul (traçado projeto Rodoanel), linha rosa (traçado sugerida pelo prefeito de Betim) e linha amarela (traçado proposto pela AMDA)

 

Luciane mostrou por meio do mapa, o traçado proposto pelo projeto Rodoanel, a proposta de traçado sugerida pelo prefeito de Betim, Vittorio Medioli e o novo traçado proposto pela AMDA. Os três traçados cortam a Bacia de Vargem das Flores, em Contagem.

 

A professora e membro do Movimento SOS Vargem das Flores, Cristina Oliveira, participou de uma audiência com o presidente da ALMG, Agostinho Patrus e relatou que não foi possível discutir muito o tema Rodominério, porque houve a participação dos atingidos pelas barragens e o tempo ficou dividido.

 

“Precisamos recusar todos os traçados que passem pela Bacia de Vargem das Flores e apoiar a emenda da deputada Beatriz Cerqueira que retira a verba destinada ao Rodoanel da  PL 2508/21. Mas temos que falar com todos os deputados para mostrar os danos que a obra causará ao meio ambiente e a vida das pessoas. Podemos gravar vídeos e enviar para todos os parlamentares”, frisou.

 

O representante da Pastoral da Terra, Frei Gilvander Moreira, também participou da audiência da Assembléia Legislativa. Ele contou que os deputados de esquerda e aliados, não se posicionaram publicamente contra a construção do Rodoanel.

 

“Ainda tenho esperança que excluam a construção do Rodoanel do acordão com a mineradora Vale. Acredito que quando conseguirmos apresentar os traçados da via e destruição que a obra causará, conseguiremos convencê-los”, disse.

 

No final da reunião, foram feitos vários encaminhamentos de ações que pretendem dar visibilidade ao Movimento “Fora Rodoanel”, sensibilizar os deputados e toda a sociedade civil organizada.

 

Rodoanel, apelidado de Rodominério

 

O Projeto do Rodoanel defendido pelo governo do Estado pretende derrubar escolas, unidades de saúde, residências e tudo que estiver no traçado. Vai cortar Contagem e várias outras cidades pela metade. O RodoMinério vai passar pela Área de Proteção Ambiental - APA Vargem das Flores e pode impactar o fornecimento de água da RMBH.

 

A via vai prejudicar a natureza, segregar várias comunidades e muitos equipamentos públicos deixarão de existir. Segundo os técnicos e ambientalistas, a real intenção do projeto do Rodoanel é escoar o minério da Vale e outras mineradoras que tiveram lucros bilionários mesmo durante a pandemia. 

 

O governo de Minas pretende usar o dinheiro de indenização de um crime ambiental para cometer outro crime ambiental. Nos traçados, túneis vão atravessar montanhas sem estudos técnicos capazes de avaliar as perfurações em aquíferos. Os túneis podem prejudicar os lençóis freáticos e o abastecimento hídrico da grande BH. Ainda de acordo com os técnicos, os túneis terão problemas reais de infiltrações e o grande volume d’água pode colocar em risco a segurança da obra e dos futuros usuários da via. 

 

Além disso, vários sítios arqueológicos e históricos não foram considerados, foram descartados do projeto. Não existem estudos técnicos para estimar os gastos com as desapropriações e os impactos sociais com a remoção das comunidades que serão afetadas.

 

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