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Ambientalistas e moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH, realizaram no sábado (31/07), uma manifestação em defesa da Serra da Moeda, no mirante do Km 1 da rodovia LMG 825, que dá acesso a cidade de Moeda.
Segundo os ativistas ambientais, a Manifestação Popular em Defesa da Serra da Moeda teve o objetivo de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para o riquíssimo patrimônio ambiental, que há anos vem sendo degradado pela indústria da mineração.
A cidade de Contagem foi representada pelo grupo de ambientalistas do SOS Vargem das Flores, que luta pela preservação da Área de Proteção Ambiental - APA Vargem das Flores e contra a construção do Rodoanel e da ação indiscriminada das mineradoras que atuam na RMBH.
“Desde 2006, a devastação produzida pela mina Várzea do Lopes, da Gerdau, ameaça a Serra da Moeda. A mineradora tem ignorado as leis ambientais, os termos de ajustamento de conduta do Ministério Público - MPMG e avançado sobre áreas protegidas da Serra. Por isso, movimentos ambientalistas da região metropolitana decidiram realizar um ato para denunciar os abusos que a Gerdau tem cometido à luz do dia, avançando ilegalmente sobre áreas protegidas”, ressaltou Adriana Souza, professora e membro do do SOS Vargem das Flores.
Os ambientalistas pedem a interdição da mina Várzea do Lopes e que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) garanta o cumprimento integral dos termos de compromisso assinados pela empresa em 2009 e em 2013, para que novas licenças para mineração na Serra da Moeda não sejam concedidas.
“Esse é um potente ato em defesa do nosso patrimônio natural e das águas de toda a região metropolitana. Seguimos na defesa intransigente da vida”, finalizou Adriana Souza.
O Projeto Manuelzão convocou ambientalistas, esportistas, amantes da natureza, moradores de Moeda, Itabirito, Brumadinho e de cidades próximas para a manifestação. O projeto também denunciou os abusos da empresa Gerdau, que tem colocado em risco toda a Serra da Moeda.
“As atividades na mina Va?rzea do Lopes da Gerdau tem avanc?ado ilegalmente sobre a a?rea do Monumento Natural Estadual (Mona) da Serra da Moeda, unidade de conservac?a?o criada em 2010. Temos que proteger as riquezas naturais, arquiteto?nicas, histo?ricas e arqueolo?gicas do local”, explicou o professor Apolo Heringer, coordenador do Projeto Manuelzão.
Ainda de acordo com o Projeto Manuelzão, o lobby da empresa rendeu ate? um Projeto de Lei - PL, de autoria do deputado Antônio Carlos Arantes (PSDB), que previa a alteração dos limites do Mona para atender os interesses da Gerdau. Mas apo?s a grande reac?a?o negativa, o deputado desistiu do PL.
O protesto reuniu centenas de pessoas no topo da serra, no local conhecido como Toco do Mundo. As faixas e cartazes pediam o fim da mineração no local, a preservação da água, a saída da Gerdau da Serra da Moeda e também a não construção do Rodoanel, obra que deve impactar negativamente o meio ambiente de várias cidades da região metropolitana e que não irá resolver o problema de mobilidade urbana.
Para os ambientalistas, o projeto do Rodoanel proposto pelo governo do Estado vai beneficiar somente as mineradoras que atuam na região.
Nota da Gerdau:
A Gerdau esclarece que as suas operações de mineração na Mina de Várzea do Lopes, em Itabirito, observam total conformidade com as leis e licenças necessárias. A empresa reitera que monitora constantemente os recursos hídricos e os dados comprovam que suas operações não impactam as nascentes da Serra da Moeda.
Ainda, a Gerdau afirma que toda sua conduta ao longo de seus 120 anos de história sempre foi pautada pela ética, pela legalidade, e pelo desenvolvimento sustentável, o que inclui o fato de todas suas operações estarem dentro desses princípios.
Por fim, a empresa reconhece e respeita o direito à livre manifestação pacífica, e acredita que o diálogo e a construção conjunta são o melhor caminho para soluções que representem os interesses da maioria da população.
