Data de publicação: 02-11-2022 19:34:00 - Última alteração: 02-11-2022 19:40:21

BC alerta que aumento de gastos públicos pode elevar inflação

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Divulgação BC

De acordo com o Comitê de Política Monetária - Copom, a previsão de inflação para 2023 é de 4,8%, acima do teto da meta. O Copom informou que deve retomar o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, se a desinflação não transcorra como esperado.

O Comitê avalia que o aumento de gastos de forma permanente e a incerteza sobre sua trajetória a partir do próximo ano, podem elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionem a demanda agregada e piorem as expectativas sobre a trajetória fiscal. 

Diante da queda da inflação dos últimos meses, o Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano. Foi a segunda vez consecutiva que o BC não mexe na taxa, que permanece nesse nível desde agosto. Antes, o Copom tinha elevado a Selic por doze vezes consecutivas, durante ciclo de alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

Juros

A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Mas o Comitê enfatizou que não vai hesitar em retomar o ciclo de ajuste, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. Para o Copom, já são perceptíveis os impactos do aumento dos juros nos dados de crédito e atividade econômica. 

Segundo o colegiado, a inflação ao consumidor segue elevada, apesar da queda recente e dos efeitos do corte de impostos em itens como combustíveis e energia elétrica.

Inflação

Em setembro, houve deflação de 0,29%, o terceiro mês seguido de queda no indicador. Com o resultado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 4,09% no ano e 7,17% em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para decidir sobre a manutenção da Selic, o comitê estabeleceu um cenário básico para a inflação, com as projeções em 5,8% para 2022, 4,8% para 2023 e 2,9% para 2024. As estimativas para a inflação de preços administrados são de deflação de 3,9% para 2022, e altas de 9,4% para 2023 e de 3,8% para 2024.

A previsão para 2022 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta - definida pelo Conselho Monetário Nacional - é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2% e o superior de 5%.

Conjuntura econômica

Para o BC, o cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta figura uma maior persistência das pressões inflacionárias globais. Além disso, há a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e estímulos fiscais adicionais.

Entre os riscos de baixa, o Copom destaca uma queda adicional dos preços das commodities [produtos primários] internacionais em moeda local, uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023.

Para o Banco Central, no âmbito doméstico, o conjunto de indicadores econômicos continua sinalizando crescimento na margem, ainda que em ritmo mais moderado, e o mercado de trabalho segue se recuperando, mas em menor ritmo do que nos meses anteriores.

Pressão inflacionária

No cenário internacional, o Copom avalia que o “compromisso e a determinação dos bancos centrais em reduzir as pressões inflacionárias e ancorar as expectativas elevam o risco de uma desaceleração global mais pronunciada”. 

“O aperto das condições financeiras nas principais economias, a continuidade da Guerra na Ucrânia, com suas consequências sobre o fornecimento de energia para a Europa, e a manutenção da política de combate à Covid-19 na China reforçam uma perspectiva de desaceleração do crescimento global nos próximos trimestres”, finalizou a ata do Copom.

Agência Brasil - Brasília
Comentários

Charge


Flagrante


Boca no Trombone


Guia Comercial


Enquetes


Previsão do Tempo


Siga-nos:

Endereço: Av. Cardeal Eugênio Pacelli, 1996, Cidade Industrial
Contagem / MG - CEP: 32210-003
Telefone: (31) 2559-3888
E-mail: redacao@diariodecontagem.com.br