Elizeu Silva Cordeiro, mais conhecido como "Big Jhow", foi preso na manhã desta quinta-feira (10), em Esmeraldas, por recusar entregar dois carros de luxo envolvidos em sorteios ilegais. Mas ele foi solto após assinar um termo na delegacia. 

Big Jhow foi lavador de carros, vendedor de picolés, candidato a vereador em Contagem em 2020 e a deputado estadual em 2022, pelo Solidariedade. Jhow obteve 17.344, durante a campanha chegou a posar ao lado do presidente Bolsonaro, mas não foi eleito.

No registro da candidatura de 2022, Elizeu Silva Cordeiro, declarou ser sócio proprietário da empresa de Investimento Digital Big Jhow com quotas de R$ 80 mil reais, R$ 120 mil reais em espécie, totalizando R$ 200 mil em bens. Isto é, não foram declarados os valores dos carros de luxo, nem os cerca de R$ 20 milhões movimentados pelo grupo de influenciadores entre 2021 e 2022, conforme apurado nas investigações da Polícia Civil. 


Influencer Big Jhow - Foto: Redes Sociais

Passadas as eleições, Big Jhow foi alvo de mandado de busca e apreensão na operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que mirou influenciadores suspeitos de sorteios ilegais de carros e lavagem de dinheiro.

Segundo a PCDF, Jhow se recusou a entregar dois veículos da marca Lamborghini, avaliados em R$ 5 milhões, por isso foi detido por desobediência. Ainda de acordo com a Polícia Civil, um dos carrões seria sorteado no próximo sábado (12), no esquema de rifas ilegais por meio de um site que vendia as cotas por R$ 24,90.

Uma Lamborghini foi exibida nas ruas do Distrito Federal pelo youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, conhecido como "Klebim". Ele também foi denunciado pelo esquema de rifas ilegais e até a manhã desta quinta-feira (10), o site da rifa ainda permanecia ativo, vendendo cotas.

Ainda foram apreendidos na operação uma lancha e um jet ski, avaliados em R$ 700 mil, e  bloqueados R$ 12 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas. Os dois mandados de busca e apreensão ocorreram em Vicente Pires, no Distrito Federal, e em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

De acordo com as investigações, os influenciadores realizavam os sorteios para os seguidores e lavavam os valores arrecadados em três empresas de fachada, em Taguatinga, no DF, e em Contagem, em Minas Gerais.


Influencer Klebim - Foto: Redes Sociais

Segundo a polícia, todos os sorteios devem seguir uma série de regras estabelecidas pelo Ministério da Economia, o que não era feito pelo grupo de influenciadores, por isso, as rifas  e a distribuição de prêmios, são considerados ilegais.

Em março deste ano, a Polícia Civil realizou a primeira fase da Operação Huracán que investiga um esquema criminoso de jogos de azar e lavagem de dinheiro. Kleber Moraes, o influencer Klebim, também foi preso, mas foi solto após cinco dias.

Em setembro, o Ministério Público denunciou outras nove pessoas pelo mesmo esquema, entre eles Kleber Moraes, Pedro Henrique Barroso de Neiva, Vinícius Couto Farago e Alex Bruno da Silva Vale. Todos tinham consciência da ilicitude, mas continuavam operando o esquema fraudulento. 

Big Jhow justificou os sorteios nas redes sociais dizendo que “é bom demais ver o sorriso das pessoas na entrega dos prêmios. Sei como é ver belos carros e não ter condição de tê-los. Por isso é tão prazeroso ajudar a mudar a vida de quem me acompanha”, disse o influenciado que tem 495 mil seguidores.