Data de publicação: 13-03-2023 21:35:00 - Última alteração: 13-03-2023 21:47:21

Bancos norte-americanos quebram e economistas brasileiros divergem sobre a taxa básica Selic

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Os bancos Silicon Valley, Silvergate e Signature, nos Estados Unidos, quebraram e economistas brasileiros avaliam de que forma a crise americana poderá acelerar ou não a queda de juros no Brasil.

Os economistas divergem sobre os impactos dos fechamentos na taxa básica de juros da economia brasileira, a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, a Taxa Selic.

Na próxima semana, a reunião do Comitê de Política Monetária - Copom, vai debater se o Banco Central, irá manter em 13,75% ou não, a taxa básica de juros – Selic.

Segundo o professor de Economia, André Roncaglia, a quebra dos três bancos era previsível, justamente por causa da aceleração da taxa de juros norte-americana.

“O Banco Central dos Estados Unidos - FED será obrigado a rever esse posicionamento, o que deve ocorrer também no Brasil. O FED vai atuar fortemente na garantia dos depósitos dos clientes destes bancos e, com isso, deve rever o posicionamento sobre elevar a taxa de juros, conforme previsto já na última reunião. O banco central americano subindo menos a taxa de juros, ou desacelerando esse processo de normalização monetária da economia americana, implica, para o Brasil, um espaço maior para que o Banco Central brasileiro possa iniciar, ou antecipar, o processo de corte de juros e fazer isso até de uma maneira mais acelerada", avaliou.

Ainda segundo Roncaglia, se o FED baixar os juros, isso pode trazer efeitos que favoreçam o crescimento do Brasil.

"O efeito disso pode ser exatamente reativar os motores da economia de uma forma mais sustentada e isso pode ajudar o país a crescer mais neste ano e a ampliar a empregabilidade de qualidade, melhorar os indicadores de atividade econômica que já vêm desacelerando. Todos esses efeitos são muito positivos", concluiu Roncaglia.

Já o professor em Economia, William Baghdassarian, enxerga de forma diferente. Para ele, acontecimentos do tipo colocam em questionamento a eficácia das políticas de proteção econômica pelas autoridades monetárias. 

Ele acredita que o Banco Central brasileiro tem menos incentivo para reduzir a taxa de juros nacional, a depender de como a situação se desenrole.

"Se por acaso a gente descobrir que outros bancos também têm um problema de liquidez e que vão precisar da intervenção do governo americano ou de outros governos para solucionar a questão, aí sim, isso pode fazer com que a incerteza se mantenha mais alta. Isso vai ter um efeito sobre a taxa de câmbio e sobre o dólar, que vai ter um efeito sobre a inflação de custos, o que pode fazer com que o Banco Central tenha menos incentivos para buscar a redução das taxas de juros", ponderou.

Ainda segundo Baghdassarian, a quebra dos bancos pode provocar também impacto na inflação e na taxa de câmbio, que podem ser pouco convidativas para países emergentes como o Brasil.

"Toda vez que a gente tem um aumento da incerteza internacional, os mercados emergentes acabam sofrendo, porque os investidores externos puxam recursos desses mercados para cobrir as perdas nos mercados principais. Isso faz com que haja uma pressão na taxa de câmbio que acaba tendo também o efeito de inflação sobre as economias", finalizou Baghdassarian.

O ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, considerou grave a situação, mas vê condições para viabilizar a redução na taxa de juros do Brasil. 

Fonte: Agência Brasil
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