Data de publicação: 29-05-2023 21:13:00 - Última alteração: 30-05-2023 18:16:42

Protestos em favor do Rio das Velhas e contra a mineração predatória

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Fotos: Robson Rodrigues

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Integrantes dos Coletivos “Os Lambuzados”, "Pomar BH", "Boi Rosado Ambiental", "SOS Vargem das Flores" e o "Projeto Manuelzão" ocuparam mais dois territórios de Minas Gerais, dominados pela exploração predatória de minério de ferro e outros minerais. Foram dois atos performáticos nas pontes de Honório Bicalho em Nova Lima e no centro de Raposos. 

As manifestações foram em defesa do Rio das Velhas e também contra o Projeto de Lei - PL 490, do Marco Temporal, que prevê reconhecer somente as terras indígenas, ocupadas até a data da promulgação da Constituição Federal de 1988. 

A indígena da etnia Ticuna, do Estado Amazonas, Darupü'üna, também participou dos protestos junto com a filha de seis anos. Segundo ela, o PL do Marco Temporal ameaça os direitos fundamentais dos povos indígenas. Visivelmente emocionada e indignada, Darupü'üna reclama que os índios estão morrendo por doenças causadas pelo consumo de águas contaminadas com metais pesados.


Durante o protesto, na ponte sob o Rio das Velhas, em Honório Bicalho, o médico e ambientalista Apolo Heringer voltou a culpar os políticos das esferas municipais e estaduais, e as mineradoras, pela destruição dos principais rios do Estado.

“O Rio das Velhas está cada vez mais assoreado por causa da mineração e ainda jogam esgoto no rio porque a Copasa trata pouco ou quase nada. As margens estão mal cuidadas e o desmatamento cresceu em toda região. O resultado de tudo isso é o risco da falta d’água. Se houver outro derramamento de lama de minério, restará somente a represa de Vargem das Flores para captar água”, explicou o criador do Projeto Manuelzão.

O fundador dos Coletivos Os Lambuzados e Boi Rosado Ambiental, o professor, artista e ambientalista, Severino Iabá, disse que o Rio das Velhas está morrendo por causa do descaso das autoridades.

“Queremos com o protesto acordar a população e despertar a esperança de tornar o Rio das Velhas saudável, limpo, cheio de peixes e cheio de vida. Junto com a sociedade civil e lideranças locais queremos mudar a realidade de insegurança hídrica vivida por toda a população”, disse Iabá.

Representantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos do rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho - AVABRUM, também participaram dos protestos e fizeram questão de ressaltar os crimes cometidos pela mineradora Vale, que até hoje, ninguém foi condenado.

A ponte de Honório Bicalho, distrito de Nova Lima, foi escolhida para o protesto porque está próximo  à Estação de Tratamento de Água Bela Fama. Local onde em 21 de março de 2022, aconteceu um derramamento de rejeito de minério. 


Por baixo da ponte principal de Raposos, os ambientalistas apontam que o trecho do Rio das Velhas, passam águas contaminadas por substâncias químicas usadas na extração de minérios, águas que fazem vítimas de crimes quase sempre sem as devidas reparações. 

Os protestos também marcaram os 30 anos da chegada do pernambucano Severino Iabá a Minas Gerais. O fundador do projeto Boi Rosado Ambiental, promoveu mais uma doação de mudas produzidas no viveiro sediado em Contagem. Mudas de jequitibá, pau-brasil e ipê foram plantadas na beira do Rio das Velhas, em Raposos.

Os Lambuzados

O coletivo artístico independente “Os Lambuzados” é formado por artistas, ambientalistas e moradores de BH, Contagem e região metropolitana. Foi criado a partir do Levante Performático pelo tombamento da Serra do Curral, realizado na Feira de Artesanato da Av. Afonso Pena, em 29 de maio de 2022. 

Desde então, “Os Lambuzados” esteve em diversos espaços para apoiar lutas socioambientais que defendem as serras, as matas e os rios de Minas.

Com estandartes e objetos de arte criados pelo artista Severino Iabá, o coletivo “Os Lambuzados” já se tornou símbolo de luta contra os crimes ambientais, em especial aos relacionados à mineração predatória.

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