O cantor, compositor, multi-instrumentista e arranjador, João Donato de Oliveira Neto, o João Donato, faleceu aos 89 anos, nesta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, perto de completar 90 anos. O velório será no Theatro Municipal do Rio.

 Na última semana, o artista tinha sido internado para tratar uma infecção pulmonar. 

O perfil de João Donato do Instagram: “Hoje o céu dos compositores amanheceu mais feliz: João Donato foi para lá tocar suas lindas melodias. Agora, sua alegria e seus acordes permanecem eternos por todo o universo”.

O velório será realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, de 9 às 15h desta terça-feira (18) e o  corpo será cremado no Memorial do Carmo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva postou no Twitter que o país perdeu hoje um dos maiores e mais criativos compositores brasileiros. “João Donato, pianista, acordeonista, cantor e compositor, foi um dos gênios da música brasileira. Perdemos hoje um de nossos maiores e mais criativos compositores”.

O artista

João Donato de Oliveira Neto, João Donato, nasceu no dia 17 de agosto de 1934, em Rio Branco, no Acre. A música surgiu cedo na vida de Donato, aos 5 anos de idade, já tocava acordeon, talvez por influência do pai, que tocava bandolim, e da mãe, que cantava.

Aos 11 anos, se mudou com a família para o Rio de Janeiro. Aos 15 anos, depois de participar de festas musicais em colégios da Tijuca, na zona norte da cidade, João Donato começou a frequentar as “jam sessions”, um estilo de jazz improvisados realizado na casa do cantor Dick Farney e Sinatra Farney Fã Club.

A primeira gravação em disco foi como músico da banda do flautista Altamiro Carrilho. Foi nessa época também que começaram os contatos com outros artistas importantes como Lúcio Alves e passou a ser conhecido além do Brasil inclusive por Chet Baker.

Nos anos 50, participou do programa de música nordestina Manhãs da Roça, comandado pelo cantor e compositor paraibano Zé do Norte, na Rádio Guanabara. Donato chegou a dizer que a carreira dele no rádio tinha começado com Zé do Norte.

Na mesma década, se mudou para os Estados Unidos e lá conseguiu desenvolver a área musical que mais o interessava, uma fusão do jazz com a música latina.

Autor de composições de sucesso como Amazonas, A Rã, Lugar Comum, Simples Carinho e Nasci para Bailar, foi arranjador em discos de Gilberto Gil e Gal Costa.

Em 2016, o seu álbum Donato Elétrico foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Instrumental. O trabalho também foi eleito como 11º melhor álbum brasileiro do ano pela revista Rolling Stone Brasil.

Fonte: Agência Brasil - Rio de Janeiro