Data de publicação: 28-12-2023 01:27:00 - Última alteração: 28-12-2023 16:06:13

Árvores são mutiladas e envenenadas em escola pública

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Fotos: Divulgação

O crime ambiental ocorrido na Escola Municipal Feliciano Alves Diniz, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi descoberto na segunda-feira (18). Quatro árvores foram vítimas do corte-anelamento, técnica que interrompe o fluxo de seiva e mata o indivíduo.

A denuncia foi feita pelo auxiliar de biblioteca, Luiz Miguel Soares, que juntamente com os demais funcionários da escola, foi surpreendido com a triste agressão ao meio ambiente, logo quando chegaram no trabalho. Indignado, o funcionário registrou o boletim de ocorrência e informou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

"Vizinhos reclamaram das árvores e um pedido de poda foi feito junta a secretaria, mas a poda ainda não foi feita. A escola foi invadida por quem que sabia o que estava fazendo. A técnica cruel utilizada tem o objetivo de matar as árvores”, disse.


As quatro árvores ficam próximas de um dos muros da escola. No início de dezembro, uma vizinha solicitou à direção da escola a poda de uma das árvores. A diretora solicitou a poda, mas processo leva algum tempo.

De acordo com o engenheiro agrônomo João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, de Pernambuco, o anelamento é uma das práticas para exterminar vegetais. 

“A retirada das cascas da árvore interrompe o fluxo de seiva, e, com o tempo, a árvore vem a sucumbir. Voltar a colocar as cascas e fazer uma espécie de ponte de safena, pode manter o fluxo da seiva ativado. Mas pelo visto não restou um pedaço de casca sequer, capaz de unir os dois pontos da árvore. A casca precisa ser da mesma largura do anel retirado. Infelizmente, parece que essas árvores irão morrer”, disse o especialistas.

As árvores mutiladas que também parece que foram envenenadas são uma Magnólia Amarela, um Freixo Americano, uma Cordia Africana e um Pau Brasil. Esse último foi plantado em 2000, em comemoração aos 500 anos da chegada dos portugueses no Brasil.


Na tentativa de salvar as árvores, os ambientalistas se uniram e foram até a escola. Wesley Duarte, do SOS Vargem das Flores, retirou cascas das partes mais altas das árvores e fez curativos, as pontes de safena, que o agrônomo João Suassuna sugeriu.

“Cortamos lascas inteiras de outras partes das árvores, no mesmo tamanho das feridas abertas pelos vândalos. Fixamos as cascas com arame na tentativa de recuperar o fluxo da seiva. Mas, infelizmente, as árvores estão condenadas e até as folhas das copas já estão murchando. Esperamos um milagre”, disse Wesley.


Ambientalistas do SOS Vargem das Flores, Wesley Duarte, Renata Selma e Cristina Oliveira, tentam salvar as árvores

Em solidariedade a escola e ás arvores, os ambientalistas Antônio e Solange, do coletivo Pomar BH, plantaram uma muda de abacateiro. Com relação a autoria dos crimes, até o momento, nenhum suspeito pelo crime foi localizado, mas as denuncias continuam sendo acompanhadas e cobradas.

"A natureza é a nossa garantia de vida. Por isso é importante que as arvores estejam em pé, seja ela de qualquer tamanho, para termos água, ar puro, paz e sombra. Principalmente diante do aquecimento global e dos efeitos climáticos que afetam o mundo", ressaltou  Luiz Miguel.


Equipe da escola se reune em volta as árvores
Comentários

Charge


Flagrante


Boca no Trombone


Guia Comercial


Enquetes


Previsão do Tempo


Siga-nos:

Endereço: Av. Cardeal Eugênio Pacelli, 1996, Cidade Industrial
Contagem / MG - CEP: 32210-003
Telefone: (31) 2559-3888
E-mail: redacao@diariodecontagem.com.br