Data de publicação: 23-02-2024 20:39:00 - Última alteração: 04-03-2024 23:30:42

Cortes de árvores para realizar Stock Car em BH, desagrada moradores e ambientalistas

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Circuito Dos Cristais - Autódromo Internacional de Curvelo /MG

Foto: Christiane Dias

O Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam) de Belo Horizonte, realizada na quarta-feira (21), votou e aprovou, por 10 votos a favor e 2 contra, a supressão de 63 árvores no entorno do Estádio Magalhães Pinto, o Mineirão, na Pampulha, para realizar a etapa da Stock Car na cidade. 

A decisão do Comam gerou insatisfações e debates acalorados por causa dos impactos ambientais negativos que os eventos automobilísticos causam ao entorno das pistas de corridas. A necessidade de equilibrar o desenvolvimento urbano com a preservação do meio ambiente é o desafio.

A prefeitura de BH e a empresa organizadora da competição, do empresário e ex-presidente do Clube Atletico Mineiro, Sérgio Sette Câmara, acordaram que a capital será sede de uma edição anual da corrida pelos próximos cinco anos. A primeira etapa está prevista para ocorrer entre os dias 15 e 18 de agosto de 2024.

Mas na realidade, o novo autodromo deverá receber outros eventos automobilísticos ao longo do ano, já que a estrutura estará à disposição dos promotores de eventos do genero. 


Trajeto da corrida, no entorno do Mineirão — Foto: GEAVA/SMMA

Impacto ambiental 

Entre as supressões aprovadas estão seis ipês-amarelos, que, segundo a Legislação Estadual, está proíbida de serem cortadas. Acreditando diminuir os impactos, a Prefeitura de BH, na pessoa do prefeito Fuad, planeja transplantar quatro ipês e  outras medidas o plantio de 688 mudas de árvores, principalmente na Região da Pampulha. 

Sem informar os locais dos plantios e as espécies, a empresa de Sérgio Sette Câmara, se comprometeu em cuidar das mudas por cinco anos.


Prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman e o representante da empresa Speed Seven Participações, Sérgio Sette Câmara ? (Foto: Rodrigo Clemente/PBH)

Parecer do Comam

De forma contraditória, o parecer do Comam, destacou os efeitos negativos com a supressão arbórea para a construção do novo autódromo. O conselho ressaltou os benefícios das árvores para o ambiente, como a melhoria na qualidade do ar, a redução da temperatura e a promoção da biodiversidade. O parecer menciona os impactos sonoros da corrida, especialmente nas áreas sensíveis, como o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Mesmo com um parecer que ressalta todos os malefícios do projeto e do evento automobilístico no entorno do Mineirão, dez dos doze conselheiros do Comam aprovaram as supressões. Isso acontece com frequencia, porque a maioria dos conselhos são representantes alinhados aos interesses governamentais, nunca os representantes da sociedade civil conseguem impedir a aprovação dos pedidos de supressões de arvores. O mesmo acontece nos demais conselhos municipais e estaduais.  

As obras de preparação para o evento incluem não apenas a supressão de árvores, mas também a remoção de canteiros centrais, passeios, postes e até mesmo o alargamento de vias na Avenida Carlos Luz.
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