Data de publicação: 08-04-2024 23:24:00 - Última alteração: 08-04-2024 23:39:43

Roda de Conversa sobre Ambiente Inteiro em Contagem, gera críticas e sugestões

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Ecovida denuncia condomínios residenciais em cima do córrego Bom Jesus

Fotos: Robson Rodrigues

O Meio Ambiente ou Ambiente Inteiro, foi discutido na 2ª Roda de Conversa do Congresso do Povo de Contagem, realizada virtualmente na quarta-feria (3). O encontro revelou que há uma grande preocupação com a expansão urbana em áreas que deveriam ser protegidas.

Vários participantes da Roda de Conversa afirmaram que a especulação imobiliária que agride o ambiente inteiro, em Contagem, tem o apoio da prefeitura, que, segundo eles, autoriza empreendimentos em regiões de Áreas de Proteção Ambiental - APA e ainda deixa de fiscalizar e averiguar as denuncias relativos aos loteamentos clandestinos que desrespeitam o Plano Diretor, lei recentemente revisada, que ainda não foi regularizada.

O objetivo da 2ª Roda de Conversa do Congresso do Povo de Contagem, foi justamente reunir a população, identificar os problemas e discutir soluções para resolver as demandas. Desta vez o tema foi Meio Ambiente ou Ambiente Inteiro.


A coordenadora de Projetos do Observatório dos Direitos à Água e ao Saneamento - ONDAS, e doutoranda e mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos na UFMG, e co-fundadora do Centro de Estudos em Saneamento além do Domicílio - CESAD, Fernanda Deister, fez uma esclarecedora palestra.

Com todo o conhecimento acadêmico e experiência adquirida no ONDAS, Fernanda Deister, reiterou a importância e o direito à água, ao saneamento e aos serviços de saneamento básico universalizados prestado por entidades públicas, acessíveis, de qualidade, com participação e controle social. 

“O processo de mercantilização da água e de privatização do saneamento, tende a dificultar o acesso ao serviço, principalmente por parte da população mais pobre. A possibilidade de privatização da COPASA, pode fazer com que a represa Vargem das Flores, também passe a ser controlada por uma empresa privada”, frisou.

A professora e ambientalista, Cristina Oliveira, figura importante e muito participante dos movimentos sociais e ambientais de Contagem e região, falou sobre os avanços ocorridos nos últimos anos e elencou o que ainda precisa melhorar na preservação do ambiente inteiro.

“Muito foi conquistado. Conseguimos o embargo do Plano Diretor feito pelo governo anterior e fazer a revisão para voltar a área rural. Mas a muito a fazer porque falta a regulamentação e principalmente a fiscalização para coibir os loteamentos clandestinos”, disse.


Durante mais de tres horas de conversas, todos os inscritos tiveram a oportunidade de falar para uma plateia de cerca de 90 participantes simultâneos.

III Congresso do Povo, edição 2024, fez pesquisas para conhecer os pontos de vista da população, saber o que melhorou e o que ainda precisa melhorar em Contagem, além de fortalecer a luta em defesa das estatais mineiras. 

III Congresso do Povo de Contagem propôs:

- Transformar todas as vias arteriais e corredores de ferrovias em corredores verdes e ecológicos.
- Desenvolver ampla arborização da cidade (parques, praças, morros, taludes, encostas...)
- Criação de corredores ecológicos (ruas, calçadas, cursos d'água, jardins verticais...), ligando as Ilhas verdes (parques, praças...), gerando abrigos e livre acesso de circulação para animais.


Maria Antonieta falou sobre o avanço dos condomínios residenciais em cima do córrego Bom Jesus. A presidenta da Ecovida, ressaltou que a atual administração petista não dá ouvidos a comunidade do Bom Jesus que pede a interdição da obra que está assoreando uma área de brejo e nascentes.

Ecovida propõem:

- Restaurar a área de nascente difusa soterrada pela empresa para construir um estacionamento, no bairro Bom Jesus;
- Mudar o plano da rede coletora de esgoto da Copasa, excluindo dela a passagem (subterrânea ou não) pelo Córrego Bom Jesus ou por sua APP;
- Fazer um plano de restauração imediata da mata ciliar que se encontra destruída no Médio Bom Jesus.
- Cumprir o Plano de Saneamento Básico assinado entre a PBH, a Prefeitura de Contagem e a COPASA, a fim de despoluir os córregos de Contagem que abastecem a Pampulha (Sub Bacia do Bom Jesus- Regional Nacional - e Córregos Sarandi, Cabral e Tapera - Regional Ressaca)


Angel Mary passou as propostas so Núcleo Eldorado para implantação de áreas verdes no bairro para contribuir com o meio ambiente, torna a cidade mais bela:

- Retirar o concreto do canteiro central da Av. João Cesar de Oliveira (onde for possível) e fazer plantio de grama e árvores nos espaços;
- Nos passeios que são largos, fazer plantio de árvores e canteiros, reduzindo o espaço concretado;
- Nos estacionamentos nas marginais dessa Av., tirar o concreto e fazer plantio de árvores e gramas;
- Nos espaços com grama ao longo dessa Av. como: em frente a Localiza, UPA, novo prédio da Unidade XV  e E.E. Firmo de Matos, e outros, fazer plantio de árvores;
- Plantio de mais árvores na Pça da Av. Portugal, inaugurada recentemente.

Angel Mary disse que a prefeitura deveria exigir áreas verdes no momento da aprovação de novos projetos imobiliários. Defende também incentivar os moradores a fazerem plantios de árvores nos passeios.


O ativista social e ambiental Wesley Duarte propôs:

- Criar um programa de arborização de toda a cidade (Contagem ecológica);
- Criar oficinas e campanhas educacionais integrando toda a população no projeto Contagem Ecológica (comunidade escolar, comunidade acadêmica, igrejas, associações, poder público);
- Criar de viveiros de mudas de árvores e plantas em cada regional, com trabalhos voluntários e cursos para a população, coordenados pela secretaria do meio ambiente.

Segundo Wesley Duarte, a população de Contagem precisa se unir com força total contra as privatizações do Zema e defender todas as estatais. Em Contagem, seria importante a criação de um calendário Municipal para festejar e ampliar as atividades relacionadas ao projeto Contagem ecológica, eventos culturais, plantios coletivos por toda a cidade e palestra. Defendo:

- Troca da pavimentação de concreto da cidade por pisos drenantes nas calçadas estacionamentos pátios, jardins e praças ciclovia sarjetas das vias públicas, pátios das escolas e prédios públicos. Incentivo para propriedades particulares (IPTU).
- Desenvolver projetos de painéis solares fotovoltaicos (empresas escolas aparelhos públicos e residenciais), junto com o governo federal. (Incentivos fiscais).

“A maioria dos moradores pedem o asfalto. As pessoas precisam ser esclarecidas quanto aos prejuízos que a urbanização nessas áreas rurais resultará. Quem convence os moradores a apoiarem a urbanização, são exatamente os que se beneficiam financeiramente com isso. Os loteadores têm uma melhor estratégia de comunicação com os moradores do que a própria prefeitura. A população das áreas rurais precisa ter acesso a essas informações”, explicou.

“Apesar de tantos problemas que surgem ou que já aconteciam, que ainda persistem na gestão Marília Campos, sem dúvida que estaríamos em situação muito pior. Mas precisamos avançar. Se há problemas, precisam ser denunciados até que resolvidos”, finalizou.


Ecovida denuncia condomínios residenciais em cima do córrego Bom Jesus

A presidenta da CONVIVERDE e responsável pela criação do Parque Ecológico do Eldorado, Cecilia Rute, ressaltou que as bacias de detenção não funcionam para conter as enchentes e mesmo assim o governo continua fazendo obras milionárias do tipo. 

O desmatamento em Contagem continua acontecendo com o aval da prefeitura. Os rios continuam poluídos e a Copasa continua cobrando pelo serviço não feito. A Copasa não faz nada pela Vargem das Flores. Cortaram tantas árvores no bairro Jardim, em Contagem, que atualmente não tem árvores para explicar o nome do bairro. A exploração imobiliária continua devastando as áreas verdes e os becos do Eldorado, agora estão sendo asfaltados. São muitas coisas errada passadas de governo para governo”, disse.

Jane Mary Soares disse ainda que falta capacitação dos servidores públicos, principalmente da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. 

“O MP é omisso, não apuram as denuncias de agressões ao meio ambiente. Os loteamentos clandestinos na cidade não são poucos, as ligações de água e energia não são gatos, são tigres. A fiscalização do município é omissa e inexistente para os clandestinos. Inaceitável loteamento com lotinhos de 52m² e todo mundo fazendo cara de paisagem quando denúncia. Tenho cópia de contratos e fotos das construções”.

Jane Mary ressaltou que “entra governo e sai governo as pedras do tabuleiro dos cargos comissionados e dos cargos de confiança, somente mudam de pastas”.


Germano Silveira propôs  desapropriar terras na região de Vargem das Flores para criar um parque estadual na região. 

“Proponho combater os loteamentos clandestinos e irregulares  em Contagem. A Prefeitura de Contagem é leniente e conivente. O MPMG é letárgico. Proponho que os proprietários de terra na região de Vargem das Flores, recebam valores para manter as árvores em pé. Talvez por meio de créditos de carbono As vias da região de Vargem das flores deveriam ser pavimentadas com "bloquete" e não a pavimentação asfáltica”, disse.

Joaquim de Sales disse que no Tropical 2, bairro que não tem rede de esgoto, o esgoto vaza para os córregos que desaguam na represa Vargem das Flores.

Carla Alcantara sugeriu o Projeto Plantadores de Água para quem tiver uma nascente no terreno, assim teriam benefícios fiscais para manter a nascente com a mata ciliar.

Luzia Lima Moreira disse que a prefeitura poderia dar um desconto no IPTU para residências com árvores no passeio.

Dayse Reis defendeu a criação da Superintendência de Desenvolvimento Rural seria fundamental, porque pode-se promover a geração de renda nas áreas rurais aproveitando a biocapacidade de cada território e o potencial das comunidades, sem precisar urbanizar. 

“Quando falamos de economia rural, é comum se pensar em atividades baseadas somente no setor primário, isso é um erro. O primordial, é adotar atividades que sejam baseadas numa ética ecológica, promovendo uma economia circular, respeitando a cultura das pessoas da região, e suas vocações, promovendo autonomia, dignidade, saúde, e a conexão destas com o território. Assim, uma região como Vargem das Flores, pode ser aproveitada para atividades como: turismo, esporte, arte, lazer, educação, etc”, ressaltou.

Mario Guimarães Filho disse que o governo deveria exigir contra partida dos grandes empreendedores responsáveis por grandes conjuntos que vem surgindo na cidade. As contra partidas deveriam ser destinadas ao meio ambiente, principalmente nas regiões onde estão as edificações.  

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