Foto - Robson Rodrigues Moreira
O empresário Domingos de Castro (PSB), candidato a deputado federal nas últimas eleições, contou, em entrevista, sua experiência e as dificuldades de disputar uma campanha. Disse ainda que seu nome sempre estará à disposição do seu partido e do grupo que o acompanha.
Sua campanha foi recheada de propostas e projetos. O senhor pretende seguir defendendo-os, mesmo não tendo vencido as eleições?
Nós estamos retomando os trabalhos agora, depois do processo eleitoral. Continuarei, sem dúvida alguma, a defender as propostas que acredito que podem melhorar a vida de todos. Além disso, meu partido elegeu três deputados estaduais e um deputado federal, e tenho um bom canal de diálogo com todos eles. Ainda prossigo minha militância nas entidades do setor produtivo, como ACIC, SETCEMG, FETCEMG e CIEMG.
Após receber 21.895 votos, o senhor tem pretensão de exercer algum cargo no governo do Estado?
Eu digo que a maioria dos suplentes bem votados tem pretensão, mas isso vai depender muito do desenrolar das conversas e de como nosso grupo está vendo as aspirações para o futuro. Eu não quero entrar muito nessa questão, nesse momento, até porque, ela não está sendo amplamente ventilada ainda. Evidentemente que o nosso nome é uma possibilidade, até pelo tempo que nós temos de trabalho, e também pelo fato de eu ter apoiado a eleição do governador Anastasia. Além disso, mais que dobrei minha votação em uma campanha limpa e com poucos recursos e acho que isso me credenciaria para pleitear o cargo. Mas nosso grupo ainda não sentou para falar sobre isso.
Sobre as eleições deste ano, como o senhor avalia o resultado da sua campanha?
A nossa campanha foi modesta e com poucos recursos financeiros. Mas também foi uma campanha que se propôs a apresentar para a cidade uma nova opção, sem desconsiderar o papel de outros parlamentares que já são consagrados aqui. Nossa proposta tinha realmente o intuito de renovar o quadro político do município. Além disso, queríamos falar de outros assuntos, pois eu sou de Contagem, conheço os problemas locais e acredito que isso me credencia para ajudar a construir soluções. Isso é uma coisa que nós temos que tentar, até mesmo para dar espaço para que apareçam outros nomes na nossa cidade, pois acho que tem muita gente para dar contribuição. A nossa avaliação é que essa não foi a votação dos sonhos e não foi aquilo que a gente gostaria. A campanha para deputado federal é muito desgastante. Esse foi um aprendizado e acumulou conhecimento para outras situações. Nós acreditamos que foi válida a nossa candidatura, dialogamos com a sociedade e vamos ver como o povo vai reagir nas próximas eleições.
O fato de muitos candidatos pedirem votos em Contagem não tirou alguns votos que iriam para o senhor?
Nessas eleições tivemos candidaturas externas disputando na cidade e, querendo eu ou não, nós conseguimos dobrar os votos em comparação à última eleição. Todavia, ninguém pode negar que Contagem precisa aprender a votar nas opções que se apresentam pela cidade, assim como algumas lideranças locais devem pautar suas posições políticas nessa linha e renunciar essa lógica financista que orienta as suas escolhas penalizando a cidade e o povo com a entrada de candidatos de fora.
O senhor almeja ser candidato a prefeito em 2012?
Quase todo mundo que entra em uma empresa como office-boy, em algum momento, pode almejar a diretoria. Evidentemente, os caminhos e a conjuntura é que vão dizer se serei candidato a alguma coisa. É evidente e inegável que nós também nos colocamos como opção de quadro pelo tempo e pela trajetória que exercemos dentro de Contagem. E, se em algum momento, o nosso grupo entender que meu nome contribui para alguma pretensão na prefeitura, estarei ali como soldado para levar adiante a proposta que o grupo quer colocar. Se em algum momento o meu nome for tido como bom para a disputa, ou até para outras situações, eu estarei disposto. Neste momento, eu sou candidato a cuidar dos meus negócios, mas a gente não sabe como as coisas vão transcorrer. Nosso nome tem sido especulado, inclusive por alguns companheiros. Não digo que dessa água não beberei.