Data de publicação: 10-06-2014 00:00:00

Alunos e professores se unem em nome da ciência

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A Nova Faculdade convocou a comunidade acadêmica para o 2º Encontro de Iniciação Científica que tem o objetivo de avaliar e incentivar os trabalhos de pesquisas dos alunos da instituição de ensino.

A segunda edição do encontro aconteceu no último sábado (7), no auditório da faculdade. Os seis trabalhos apresentados foram orientados pelos professores do Direito, Enfermagem e Farmácia. Cada aluno teve a oportunidade de defender sua tese acerca dos estudos científicos.

Os professores foram unanimes ao confirmarem que a ciência é cheia de falhas e os pesquisadores precisam estar abertos aos desafios.

Os mestres também concordaram com o tema da palestra inicial proferida em vídeo por Heffernam, M. “Ouse Discordar”. A palestrante frisa que as pessoas, principalmente os cientistas, não devem ter medo da palavra “conflito”, que segundo ela, faz parte das soluções dos problemas.

“A ciência é cheia de conflitos e os pesquisadores precisam estar preparados para encarar os desafios e os resultados muitas vezes inesperados”, afirma Heffernam.

O professor de Direito, Felipe Mamede, afirma que o conflito é importante nas pesquisas científicas. “Devemos criar na faculdade a cultura científica. Mas, para isso, é necessário coragem para sermos aplaudidos ou discordados”, explica.

Pesquisas do curso de Direito

O primeiro trabalho de pesquisa apresentado foi do curso de Direito: “Prisão e ressocialização: um estudo do sistema prisional e sua eficácia”.

Segundo a aluna, Sâmia Nayra Sady Silva, orientada pelo professor Felipe Mamede, o Brasil é o 4º país com a maior população carcerária do mundo, onde os presos vivem em condições sub-humanas.

“Para mim, bandido bom é aquele que é recuperado, não o bandido morto como dizem os mais radicais. É preciso pesquisar e mudar a forma como os presos são tratados nas prisões brasileiras. Para ressocializar é necessário oferecer aos presos tratamentos humanizados capazes de reintegrá-los na sociedade”, afirma a pesquisadora.

As estudantes de Direito, Janaína Moema Dias e Amanda Cotes Prata, orientadas pelos professores, Lucas de Carvalho e Marinho Teixeira, apresentaram a pesquisa: “Segurança Jurídica e Investimento: Eficiência, Custo, de Transação e Desempenho Econômico”.

Segundo as alunas, o Plano Collor foi um mau exemplo de política econômica. Na época, o país passou pela pior crise financeira da história atingindo o menor PIB (Produto Interno Bruto) dos últimos tempos.

“A insegurança política e jurídica afeta diretamente a economia e a vida dos cidadãos. Os contratos e as regras pré-estabelecidas devem ser respeitadas em prol da estabilidade. Quando as Leis são descumpridas, a economia sofre impactos negativos diretos”, concluem as estudantes.

Amanda Cotes afirma que o Plano Collor causou traumas na economia e na política que até hoje são lembradas.

Ainda na área do Direito, o aluno Jeferson de Castro Pereira, orientado pelo professor, Pedro Paulo da Cunha Ferreira, apresentou o tema de sua pesquisa e foi bastante aplaudido: “Novas respostas jurídico-penais frente aos avanços biotecnológicos: uma análise acerca dos efeitos dos organismos geneticamente modificados para a saúde humana”.

“Na Engenharia Genética há muitos avanços e riscos. Ficamos tão entusiasmados com as novas tecnologias que nos esquecemos dos riscos que podem nos prejudicar. A minha pesquisa é: Como o Direito Jurídico pode gerenciar os novos riscos? A ciência traz benefícios, mas como podemos gerenciar os riscos já que o homem é corruptível?”

Jeferson de Castro foi aplaudido e incentivado. O professor Felipe Mamede acrescentou: “O direito não pode impedir o desenvolvimento da biogenética, mas pode dar limites em nome da segurança da vida humana”.

Além das três pesquisas da área do Direito, mais três pesquisas da área da Saúde foi apresentada.

Pesquisas do curso de Enfermagem

A estudante de enfermagem, Daiana Silva de Souza Miranda, que também é servidora da saúde de Contagem, propôs seu trabalho de pesquisa: “Conhecimento dos usuários do SUS, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Petrolândia – Contagem – MG, sobre a hierarquização de fluxo”.

“O atendimento precisa ser decrescente. As UPA’s são usadas como porta de entrada, mas o certo seria os usuários procurarem primeiro os ESF’s (Estratégia Saúde da Família). No modelo usado atualmente nas UPA’s de Contagem, os servidores atendem a todos porque se orientarem os usuários a procurar os ESF’s, eles correm o risco de não serem atendimentos como deveriam. A superlotação das UPA’s causa stress nos pacientes e nos servidores”, explica.

Os professores presentes discutiram o modelo de atendimento do SUS e concluíram que a população deveria ser mais bem orientada a procurarem a assistência correta. Mas, antes, é fundamental que os ESF’s e as UPA’s funcionem bem, com profissionais qualificados, estruturas adequadas e insumos essenciais para o atendimento.

Pesquisas do curso de Farmácia

O aluno, Luiz Cláudio Oliveira Alves de Souza, orientado pela professora, Cristina Cheib, apresentou sua pesquisa e alertou: “Prevalência da automedicação entre acadêmicos dos cursos de Farmácia e Enfermagem de uma instituição de ensino superior”.

“O excesso de casos de intoxicação é um problema de saúde pública. Ao longo do tempo, o uso indiscriminado de antibióticos torna o medicamento ineficaz diante de enfermidades graves. Por isso, proponho uma pesquisa quantitativa capaz de mensurar os índices da automedicação e a produção de materiais informativos capazes de conscientizar a população dos riscos das drogas usadas em nome da saúde”, propõe.

Segundo a professora Cristina Cheib, a automedicação ocorre também nas superdosagens. “Ao contrário que muitos pensam uma dose alta não cura mais rápido, muito pelo contrário, prejudica ainda mais o organismo já debilitado”, explica.

O último trabalho de pesquisa foi apresentado pelas alunas de Farmácia, Márcia Alves Cardoso, Juliana Carvalho Martins e Josiane da Consolação: “Esquistossomose em Minas Gerais; uma revisão”.

“Propomos fazer um estudo aprofundado sobre as áreas e populações afetadas pela doença. As comunidades ribeirinhas são as mais afetadas e a falta de saneamento básico impede a erradicação da doença”, explica.

Segundo a professora Janaína Campos Alvarenga, a doença é negligenciada pelos governos. “Os dados estatísticos antigos provam o desinteresse do poder público. A falta de saneamento básico nas áreas mais pobres colocar em risco comunidades carentes de saúde e de informações”, protesta.

Todos os trabalhos de pesquisas foram discutidos e incentivados. O professor Felipe Mamede diz que as pesquisas da Nova Faculdade diferem das demais faculdades. “Aqui os trabalhos são dos alunos, não são dos orientadores. Isso me deixa ainda mais entusiasmado com a ciência e com as pesquisas apresentadas” finaliza.

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