Data de publicação: 08-10-2014 00:00:00

Todos nós somos egoístas, uns mais outros menos

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE

Foto: Divulgação

Ainda abismado e frustrado com os resultados das urnas, tento me refazer da decepção e seguir focado no presente, sem tentar entender o passado e com poucas expectativas no futuro do Brasil.

No passado, participei dos movimentos das “Diretas Já” por acreditar que a democracia por pior que seja é melhor que a ditadura. Na época, a repressão e a censura tiravam a liberdade do povo, principalmente dos jovens.

Anos depois, me recusei em participar do movimento “Fora Collor” por acreditar que Collor era um produto da TV Globo. Hoje todos nós sabemos que na época o povo havia sido induzido pela Rede Globo a votar no pseudo “Caçador de Marajás”, Fernando Collor de Mello, proprietário da TV Gazeta de Alagoas, emissora afiliada à Rede Globo, em Maceió.

Após perceber a lambança que fizeram ao manipular o debate entre os candidatos Collor e Lula, a TV Globo usou os estudantes para irem as ruas manifestar e exigir o Impeachment daquele que roubou o dinheiro dos brasileiros, confiscando as economias de cidadãos de várias classes sociais. Muitos senhores e senhoras adoeceram e morreram ao perceberem que suas contas haviam sido esvaziadas. Quem se lembra desse roubo governamental? No dia 29 de dezembro de 1992 Collor renunciou após ser pressionado pelo processo de Impeachment. Está escrito na recente história vergonhosa do Brasil.

Vinte e um anos se passaram e em 2013 finalmente o povo foi novamente para as ruas. Dessa vez para exigir mudanças e honestidade na política. Os protestos colocaram os políticos e a polícia em alerta. Mas o que parecia ser uma nova era, uma nova ordem nacional, não deu em nada, infelizmente. As passeatas pacíficas da classe média cessaram com a infiltração de elementos violentos e assim, abriu-se espaço para os movimentos dos sem casas, sem terra, dos sem nada.

Até o dia 5 de outubro de 2014 restava à esperança de uma mudança de atitude do povo brasileiro que há um ano exigia mais saúde, mais educação, mais segurança, reforma tributária, reforma política e principalmente, moralidade na política. Mas, infelizmente não foi isso que aconteceu.

As urnas falam, informam, mandam recados e também decepcionam. O baixo nível dos candidatos ficou evidente nos programa político exibidos nas rádios e nas TVs. Mesmo assim, a forma com que os brasileiros votaram surpreendeu até os mais gabaritados analistas políticos.

Apesar dos 40% de renovação no Congresso Nacional e dos 33% na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, os novos deputados que vão entrar não tem a qualidade necessária para realizar as mudanças que o povo disse querer nas manifestações de 2013.

O povo votou errado novamente e elegeu os mesmos políticos de sempre. Para completar a lambança, elegeram políticos comprometidos com suas próprias causas. Tudo isso graças aos votos de eleitores inconscientes, inconsequentes e desprovidos da educação necessária para discernir o que é bom e o que é ruim.

Foram eleitos os deputados federais Tiririca, o melhor votado em São Paulo; Marcos Feliciano, mesmo depois do polêmico projeto da ”Cura Gay”; os cantores Sérgio Reis e Wagner Montes; o ex-BBB Jean Wyllys; os desportistas Danrlei Goleiro, Jardel Centroavante, Bebeto Tetra e Romário (será senador juntamente com o ex-presidente deposto Fernando Collor, reeleito senador por Alagoas com 688.016 votos, ou 55,70% dos válidos).

Depois dos resultados das urnas resta a nós brasileiros rezar, orar e pedir a Deus proteção divina contra os políticos eleitos e contra os eleitores egoístas. Que estes tenham medo da mão pesada de Deus e se corrijam enquanto há tempo.

Que Deus castigue com rigor os políticos egoístas que pensam somente em seus próprios patrimônios e nas reeleições, e os eleitores egoístas que vendem seus votos por R$80,00, preço da diária de boca de urna.

Mas os egoístas mais comuns são os eleitores que se deixam enganar pelas falsas promessas dos pseudos doutores e pelos sorrisos dos políticos de carreira. É preciso acabar com o chamado “jeitinho brasileiro” que atrasa toda a nação.

Por enquanto, como disse Renato Russo: “No Congresso, no Senado, sujeira por todo lado. Ninguém respeita a Constituição. Que país é esse?”.

Robson Rodrigues
Jornalista – Editor

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