Foto: Divulgação
Lecy Pereira¹
Volta e meia, a crítica literária se vê as voltas com um suposto mal estar literário. O que está acontecendo com a literatura nacional e até global nessa segunda década do Século XXI?
Há alguns dias li uma matéria sobre o fervor dos e-books no The New York Times (para que servem os tradutores, não é?). Um autor tradicional disse que hoje em dia qualquer macaco pode ser um escritor. Não. Ele não disse isso com intenção de ofender a raça humana ou menosprezar os macacos. Entende-se que: com a fartura de aplicativos e acesso a textos diversos, um simples copiar e colar no computador pode gerar um e-book, sem qualquer preocupação com criação literária.
Além das convergências tecnológicas, temos o fluxo acelerado de tempo, a queda de ideologias sólidas, o desmascaramento de fatos históricos contados a partir do ponto de vista dos vencedores e toda uma salada dois ponto zero.
Que tipo de escola literária está surgindo? Tudo muito confuso para o olhar acadêmico. Porém, nada impede que bons romancistas, poetas, contistas humanos surjam de surpresa.
O momento é de ruptura e muitos experimentos, ou nada disso.
¹colunista