Data de publicação: 06-05-2007 00:00:00

Vila Barraginha - Riscos existem, mas estão sendo monitorados.

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A prefeita e os secretários ligados diretamente à questão habitacional participaram de uma entrevista coletiva com a imprensa de Contagem e da grande BH.

A coletiva serviu para esclarecer o está sendo feito para diminuir os riscos de outra tragédia. A prefeita Marília Campos disse que riscos existem, mas com as medidas que estão sendo tomadas, os riscos tendem a diminuir até que uma solução definitiva seja possível.

“A lembrança da tragédia de 1992 ainda incomoda só moradores da região e não é pra menos. Quero tranqüilizar os moradores e dizer que estamos fazendo estudos onde foi constatado que o local é realmente de risco. A nossa intenção é acabar com esses riscos. Vamos proibir que as empresas instaladas ao redor da vila façam intervenções em suas dependências sem o aval dos técnicos que estão fazendo o estudo geotécnico do solo”, enfatiza a prefeita.

Cerca de 1500 pessoas moram na vila que em 1992 foi abalada por um desabamento de terra que destruiu 200 casas deixando um saldo de 36 mortos e 300 feridos. Hoje no lugar da tragédia, avista-se um campo de futebol e ao lado, uma igreja em fase de acabamento.

Em reunião dia 29 de março passado a prefeita ouviu dos moradores que as panelas tremem durante a noite devido à trepidação causada pelos veículos pesados que trafegam nas ruas laterais da vila. “O relato dos moradores é a prova da instabilidade do solo. Vamos proibir o trânsito de veículos pesados na região. Vamos continuar fazendo os estudos geotécnicos e se for o caso, faremos um projeto de um conjunto habitacional para abrigar os moradores. Mas acreditamos que ainda existam soluções para dar estabilidade ao terreno”, explica Marília Campos.

Mas ainda segundo a prefeita, muitos moradores querem permanecer no local e são contra a construção de um conjunto habitacional por estarem acostumados a morar em casas onde podem criar galinhas e outros animais domésticos.

Parecer técnico.

O Secretário de Desenvolvimento Urbano e de Meio Ambiente disse que as medidas que estão sendo tomadas atualmente é para diminuir os riscos de outra tragédia.

“Vamos nos reunir com os empresários estabelecidos ao redor na próxima quarta-feira (11.04) para notificá-los sobre a proibição das intervenções em suas empresas e sobre a decisão de proibir o trânsito de veículos pesados. Além disso , vamos comunicar a população sobre a proibição das construções verticais feitas de forma irregular pelos próprios moradores”, explica o secretário se referindo as empresas Gerdal, Decoralita e a Tear, antiga Tecidos Santa Elizabeth.

Entretanto o secretário disse que ainda existe solução de engenharia para o problema, mas é preciso aguardar a conclusão dos estudos geotécnicos para poder passar para a fase de projetos e planejamento financeiro para a execução das obras que possam dar segurança aos moradores.

A Secretária Adjunta de Habitação, Antônia Puertas, disse que o risco é a possibilidade de ocorrer algo de grave. “A área de instabilidade da Vila Barraginha abrange praticamente toda a área habitada e algumas áreas de empresas. Cerca de 50 a 60 famílias podem ser retiradas se a situação se agravar. Mas por enquanto estamos monitorando o solo e proibindo sobre carga na área da vila. É o suficiente até o término dos estudos”, explica Puertas.

Prefeita tranqüiliza os moradores e pede o envolvimento de todos.

A prefeita disse que está sendo feito uma ação de conscientização dos moradores da vila e que está sendo pedido para todos monitorarem a movimentação do solo e que ao sinal de anormalidades chamem a Secretaria de Habitação pelo telefone: 3392.7974.

“Assim que os estudos geotécnicos ficarem prontos faremos projetos e sairemos em busca de parcerias com o governo estadual e federal para levantar recursos para as obras. O problema é antigo, os moradores convivem com riscos há muito tempo, mas não vamos nos furtar a responsabilidade e estamos em permanente monitoramento da situação. Quero tranqüilizar a população e dizer que tudo que estamos fazendo é para diminuir os riscos, mas precisamos da colaboração dos moradores no sentido de não fazer construções verticais e ajudar no monitoramento da movimentação do solo”, finaliza a prefeita Marília Campos.

Vila Barraginha começou nos anos 50.

A formação da Vila Barraginha começou na década de 1950 com a migração de trabalhadores de várias partes do Estado, principalmente da zona rural. Na época era o início da industrialização em Minas Gerais e muitas pessoas passaram a se fixar ao entorno das indústrias em busca de ofertas de trabalho e serviços básicos como saúde, educação, transporte e lazer.

Hoje, a vila é um aglomerado urbano onde residem aproximadamente 350 famílias. Como o aglomerado está assentado sobre uma bacia de argila mole, a área foi classificada como de risco elevado, totalmente inadequado para ocupação residencial. Os acidentes não deixam dúvidas sobre isso. O último deles ocorreu em março de 2000, causando a morte de quatro pessoas da mesma família.
 

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