A 10ª edição do Fórum Industrial de Produtividade, Energia e Negócio, foi realizado na última semana, 21 e 22.10, em Contagem. A abertura ficou por conta dos jornalistas Demetrio Magnoli e Ricardo Boechat.
Segundo o presidente do Ciemg, José Agostinho da Silveira, o FIPEN tem o objetivo de atrair empresários da cadeia produtiva da energia, instituições de ensino, concessionárias, agentes financeiros, órgãos reguladores e empresas públicas e privadas.
“O principal objetivo do Fipen é chamar a atenção dos empresários que sem água e energia não teremos indústrias, não teremos nada”, frisa o presidente.
Os jornalistas convidados falaram sobre o momento político–econômico que o Brasil atravessa e a plateia teve a oportunidade de fazer perguntas aos palestrantes.
Após as palestras, os jornalistas falaram sobre a importância do evento e sobre a união que os empresários precisam ter para superar a atual crise.
“A posição que a indústria ocupa no país é que define a renda da população, pois isso os países mais industrializados são os mais desenvolvidos. No Brasil, pela primeira vez se fala em desindustrialização, hipótese descartada no passado que se torna uma ameaça na economia brasileira”, analisa Demétrio Magnoli.
Segundo Magnoli, com a crise, os empresários despertaram para a necessidade de se unirem e exigirem uma reforma estrutural ao invés de um reforma fiscal superficial adota pelo governo.
“Não existe economia sem política. Não se envolver com a política é fechar os olhos para a economia. A indústria precisa rediscutir a política econômica nacional e as organizações que envolvem as cadeias produtivas. O Fipen é uma boa iniciativa para discutir o setor industrial”, explica o jornalista.
Já Ricardo Boechat afirma que reunir a elite do empresariado mineiro em dois dias de evento é muito positivo nesse momento de crise.
“Os empresários precisam se unir e fazer de suas instituições instrumentos importantes capazes de discutir o projeto econômico e industrial que o setor defende. Os empresários precisam aprender a pressionar os centros de decisões e exigir políticas públicas”, defende Boechat.
O presidente da Fiemg disse que a solução para superar a crise é produzir e tentar alcançar novos mercados.
“Na Junta Comercial de Minas Gerais são 130 mil indústrias registradas, com mais de 3 mil funcionários são somente 10 indústrias, com mil funcionários são 103, com 500 funcionários são 350, com mais de 100 funcionários são 1.800 e com mais de 30 funcionários são 3.680 indústrias. Estas empresas são responsáveis por 95% dos impostos recolhidos e por 72% dos empregos gerados”, informa Olavo Machado que ressalta que o Estado de São Paulo possui cinco vezes mais indústrias.
Machado acrescenta que os empresários precisam saber explorar os mercados internos e com o dólar em alta, buscar os mercados externos.
“Sobre o possível corte de 30% no sistema S que inclui: Sesi, Senai e Senac, a questão está sendo negociada pelo presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Apesar de prejudicar o planejamento do ano, vamos tentar nos adequar as necessidades do governo”, explica Olavo Machado.
O presidente da ACIC, Umberto Nogueira, ressalta a realização do evento de forma exclusivamente privada e critica a negociação de votos feita pela classe política.
“O Fipen é uma iniciativa privada sem participação governamental, daí a eficiência do evento. Atualmente a economia está fora de padrão e os governantes precisam ter responsabilidade. É deixar de fazer para ganhar votos e fazer para que o país sobreviva”, enfatiza.
Durante os dois dias de evento, os empresários e colaboradores participaram de outras palestras e das rodadas de negócios.
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