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Os trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig estão em greve há mais de quinze dias, na tentativa de negociar a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho da categoria.
Segundo o Coordenador Geral do SINDIELETRO/MG, Jefferson Leandro Teixeira da Silva, desde a posse da atual direção da Cemig, tem sido cobrada várias mudanças na gestão e o cumprimento dos compromissos assumidos com os trabalhadores e a sociedade.
“Cobramos a contratação imediata de 1.500 eletricistas do concurso público em aberto, visando o fim da terceirização das atividades-fim, uma nova política de saúde e segurança, medidas concretas para a valorização profissional, um novo Plano de Cargos e Remuneração, além da promoção dos aprovados na seleção interna e aumento real”, explica o coordenador.
Cortes
Mas ainda segundo com o SINDIELETRO/MG, ao invés de avanços, houve redução na remuneração e cortes de conquistas e direitos. A gestão da Cemig propõe a redução de até 80% do capital do seguro de vida em grupo; exige a renúncia de uma ação jurídica do Sindicato contra a empresa por descumprimento de Acordo Coletivo em 2007/2008; quer adiar o pagamento de verba de promoção profissional e, ainda reduzir o tíquete-refeição dos eletricitários.
Além disso, a empresa também propõe a redução de 50% do montante de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), retira o pagamento mínimo acordado em todos os anos anteriores e, ainda, impõe que este acordo tenha validade de quatro anos.
Lucros e negociações
De acordo com o sindicato, a Cemig apresentou um lucro superior a R$2 bilhões, 8% superior ao mesmo período do ano passado.
“Entendendo as dificuldades do primeiro ano de mandato e visando construir um acordo virtuoso, a categoria aceita reduzir o montante da PLR. Mas, para proteger os menores salários, os trabalhadores querem a distribuição de forma igual para todos (linear). Buscamos diminuir impactos iniciais, mas mantendo a essência dos compromissos de fim da terceirização e de valorização profissional”, reintera o coordenador.
Privilégios e divisão dos lucros
Os trabalhadores reclamam que a atual gestão da Cemig tem virado as costas para os seus colaboradores optando por manter e até ampliar os privilégios de poucos.
O sindicato afirma que a Cemig propõe cortes dos trabalhadores, aprovou aumentos superiores a 60% para conselheiros e assessores de recrutamento amplo, além de criar mais cargos de diretores, assessores, superintendentes e gerentes.
“Enquanto corta tíquete-refeição dos trabalhadores, a diretoria aprovou aumento de diárias para viagens internacionais de U$500 para U$1.000 e, agora, protege os salários mais altos na distribuição da PLR. Solicitamos a intervenção imediata nas negociações para que os compromissos não virem letra-morta e o governo caia no mais completo descrédito diante dos eletricitários”, finaliza Jefferson Leandro.
Carta ao governador Fernando Pimentel
O Sindieletro encaminhou ontem, dia 09, uma carta ao governador Fernando Pimentel, solicitando intervenção nas negociações com a Cemig para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho. O Sindicato também cobrou do governador os compromissos que assumiu com os eletricitários durante a campanha eleitoral, em 2014.
Os trabalhadores da Cemig estão em greve há 16 dias. Eles reivindicam aumento real de 6% pela produtividade de 2014 e 4,87% pela produtividade de 2015, contratação imediata de 1.500 eletricistas na Cemig, aprovados no último concurso público, e assinatura de Acordo de Primarização (fim das terceirizações das atividades-fim), conforme compromisso do governador Fernando Pimentel, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com distribuição linear e garantia de emprego, entre outras.
A Cemig ofereceu reposição das perdas em 10,3%, mas com corte na Participação nos Lucros e Resultados, redução de até 80% do capital do Seguro de Vida Coletivo, não cumprimento do Plano de Cargos e Carreiras e ainda condicionou o acordo à retirada de ações trabalhistas.
Exmo. Senhor Fernando Pimentel
DD. Governador do Estado de Minas Gerais
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Fonte: Assessoria de Comunicação do Sindieletro