Data de publicação: 23-03-2016 00:00:00

Restaurantes populares fechados e maternidade em risco em Betim

Jornal Diário de Contagem On-Line
Restaurante popular do Centro de Betim, único que permanecerá em funcionamento a partir de maio

Foto: Google

Cinco restaurantes populares de Betim, na região metropolitana, encerrarão as atividades no dia 29 do próximo mês. O fechamento das unidades implicará na redução de 1,4 mil refeições servidas diariamente no município.

De acordo com a prefeitura da cidade, apenas o restaurante do Centro - que atende a, aproximadamente, 1,6 mil pessoas por dia - continuará em funcionamento. A suspensão do serviço nas demais unidades é atribuída à crise econômica, que teria resultado na redução de R$ 167 milhões da receita corrente do município.

Ainda segundo a prefeitura, anualmente, os seis restaurantes populares têm, em média, um custo de operação de R$ 7,65 milhões e uma arrecadação de R$ 3,35 milhões (déficit de R$ 4,30 milhões). As unidades que serão fechadas ficam nos bairros Teresópolis, Alterosas, Citrolândia, Imbiruçu e PTB.

Arrocho

O secretário de Finanças, Planejamento e Gestão de Betim, Gustavo Palhares, afirma que foi preciso priorizar o destino dos recursos. "Os cortes estão sendo feitos em todas as áreas para priorizar a manutenção de serviços essenciais, como o atendimento à saúde, que vive grave crise de financiamento, conforme já é de conhecimento público", afirmou.

Também por conta da crise econômica, a prefeitura de Betim já vinha adotando outras medidas de contenção. A mais recente delas foi o escalonamento das remunerações: a primeira parcela, no valor de R$ 2 mil, paga aos servidores no quinto dia útil do mês; e a segunda, na semana seguinte.

"Outra medida, que impôs limite aos gastos, faz referência à redução média de 25% do valor de todos os contratos realizados pela prefeitura, além do corte de despesas de custeio em todas as áreas de políticas públicas e de prestação de serviços da prefeitura", informou a administração municipal em nota encaminhada à imprensa.

Crise na Saúde

Outro problema enfrentado pela população de Betim é o possível fechamento da Maternidade Pública Haydée Espejo Conroy. O assunto foi discutido na última terça-feira (22) em audiência pública da Comissão de Participação Popular (CPP) da Assembleia Legislativa (ALMG), presidida pela deputada Marília Campos (PT), ex-prefeita de Contagem.

Servidores e usuários do sistema público de saúde do município lotaram o teatro da ALMG para protestar contra o encerramento das atividades da unidade e a fundição dela ao Hospital Regional Público de Betim Professor Osvaldo Franco.

Inaugurada há mais de duas décadas, a maternidade atende não apenas aos betinenses, mas a municípios vizinhos e tem capacidade de realizar cerca de 300 partos por mês. Mas, segundo denúncias apresentadas ontem, a unidade está sucateada e carente de medicamentos, alimentos, equipamentos e leitos. Por causa desses problemas, o número de atendimentos já precisou ser reduzido.

Futuro incerto

Presente na audiência, a subsecretária de Políticas e Ações de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, Maria do Carmo, sugeriu uma gestão compartilhada para manter a maternidade em funcionamento e afirmou que o governo estadual já ofereceu à prefeitura de Betim R$ 5 milhões, em duas parcelas (março e abril), para a manutenção da unidade. O governo municipal, no entanto, teria alegado que com menos de R$ 15 milhões iniciais não seria possível dar continuidade aos atendimentos no local.

Ao final da audiência, a deputada Marília Campos disse que, agora, cabe ao Ministério Público de Minas Gerais fiscalizar e garantir que sejam cumpridos os direitos constitucionais da população, com destaque para o direito a serviços de saúde.
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