Data de publicação: 28-10-2013 00:00:00

Armas Químicas

Foto: Divulgação/Internet

¹Daniele Rezende Silva
²Edna de Mesquita

Temos acompanhado em tempo real as decisões de países que querem intervir contra o regime sírio. As alegações são muitas. Mas afinal, o que são armas químicas? Estas armas químicas são compostas de que materiais e quais são as consequências de seu uso para o ser humano?

Armas químicas são elaboradas com substâncias químicas que têm propriedades tóxicas utilizadas para fins de destruição em massa. São baseadas na toxicidade destas substâncias químicas, capazes de matar ou causar danos a pessoas e ao meio ambiente - tais como o Agente Laranja, o Napalm, o gás Mostarda, o gás Sarim, entre outros.

O Agente Laranja é uma mistura de dois herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T. A dioxina é o nome dado a uma classe de substâncias altamente tóxicas encontradas no agente laranja e em alguns outros agentes herbicidas. Foi usado como desfolhante pelo exército dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Entre as muitas complicações associadas ao agente laranja e à dioxina estão: irritação e doenças da pele, como cloracne, distúrbios neurológicos; alterações nervosas, como neuropatia periférica; abortos espontâneos; diabetes tipo 2; deformidades congênitas como espinha bífida; cânceres como: mieloma, do sistema respiratório, de próstata, leucemia e doença de Hodgkin.

O Napalm é outra potente arma química composta por um conjunto de líquidos inflamáveis à base de gasolina gelificada, utilizados como armamento militar. O Napalm é na realidade o agente espessante de líquidos, que quando misturado com gasolina a transforma num gel pegajoso e incendiário.

Já o Gás Mostarda é uma substância incolor, líquida, oleosa, muito pouco solúvel em água. O Gás Mostarda tem uma ação vesicante poderosa, isto é, forma na pele vesículas ou bolhas tipo queimadura. Além disso, devido às suas propriedades alquilantes (forma ligações com o DNA) é também mutagênico e carcinogênico. Os sintomas provenientes da intoxicação por gás mostarda podem surgir imediatamente após a contaminação, continuando a aparecer até 12 horas após a exposição. E como se não bastasse, a substância ainda pode permanecer ativa por bastante tempo, por isso os soldados que tinham suas roupas e equipamentos contaminados morriam envenenados. Se os olhos do indivíduo tiverem sido expostos ficarão afetados começando com conjuntivite e progredindo para cegueira temporária. Se o Gás mostarda for inalado em concentrações elevadas causa sangramento e formação de vesículas também nas vias respiratórias danificando a mucosa e causando edema pulmonar.

O Sarin é um composto organofosforado e é um líquido sem cor e sem cheiro, usado como arma química devido à sua extrema potência sob o sistema nervoso. O Sarin tem alta volatilidade, não só sua inalação pode ser muito perigosa como até concentrações de seu vapor podem penetrar na pele de imediato. As roupas de uma pessoa podem liberar Sarin cerca de 30 minutos depois de ter entrado em contato com o gás o que pode levar à exposição de outras pessoas. Mesmo em concentrações muito baixas, o Sarin pode ser fatal. Os sintomas iniciais após a exposição são: coriza, sensação de aperto no peito e a vasoconstrição das pupilas. Logo depois, a vítima tem dificuldade em respirar e tem náuseas e salivação excessiva. Como a vítima continua a perder o controle de funções corporais, ela apresenta vômitos e relaxamento esfincteriano. Esta fase é seguida por espasmos. Por fim, a vítima entra em coma e apresenta parada respiratória em consequência de uma série de espasmos convulsivos.

A Convenção de Armas Químicas (CWC) é consequência do Protocolo de Genebra de 1925, que proíbe o uso de gases tóxicos e métodos biológicos para fins bélicos. Vários países assinaram o acordo, antes da II Guerra Mundial, quando foram interrompidas as negociações. A discussão do protocolo só foi retomada com o fim da Guerra Fria.

Finalmente, em 1993, a CWC foi concluída, sendo adotada a partir de abril de 1997. No mês seguinte foi criada a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Organization for the Prohibition of Chemical Weapons - OPCW), encarregada de supervisionar a destruição de arsenais químicos e assegurar a não-proliferação (fabricação, armazenamento e uso) de armas químicas, com exceção do gás lacrimogêneo utilizado para conter revoltas e tumultos, medida considerada pacificadora.

Infelizmente, até hoje, alguns países não assinaram o acordo que proíbe o uso de armas químicas, e um deles é a Síria.

¹Mestre em Enfermagem, docente na Nova Faculdade
²Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

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