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A violência, seja física ou psicológica, é um dos mecanismos de controle social mais antigo da humanidade. Em diferentes culturas e eras, a violência sempre esteve presente como forma de inibir comportamentos desviantes. Quando algumas pessoas agiam instintivamente, eram reprimidas pela maioria. Portanto, a sociedade não teria se formado sem a presença da violência.
Na Idade Média, comerciantes desonestos eram punidos em praça por meio da violência. Eles eram colocados em pelourinhos e recebiam vaias e “chuva” de legumes podres. Em caso mais graves, o indivíduo que transgredia as regras sociais tinha o rosto marcado. Assim, o transgressor era reconhecido por todos e tinha medo de cometer novos crimes.
Na Idade Moderna, a violência começou a ser gradativamente substituída pela educação. Tanto os jesuítas quanto os iluministas acreditavam no poder transformador da educação. Afinal, educar as pessoas é menos traumático do que reprimi-las por meio da violência. Aliás, a violência podia até ser utilizada, mas apenas pelo Estado.
Na Idade Pós-Moderna, após a II Guerra Mundial, o monopólio do Estado sobre a violência passou a ser questionado internacionalmente. Com tantos excessos, a diplomacia passou a ser a estratégia central. Como consequência, a violência passou a ser a última estratégia. Entretanto, o que acontece em países onde a educação é desvalorizada e o Estado impedido de monopolizar a violência?
Esse problema pode ser percebido por meio das altas estatísticas de crime no Brasil. Desde a colonização, a violência sempre foi o principal mecanismo de controle social utilizado no país. A própria expressão “Ordem e Progresso” tem caráter totalitarista. Em resumo, os brasileiros seguiam as regras sociais por medo e não por educação.
Com o Processo de Redemocratização, o Estado perdeu gradativamente o monopólio sobre a violência. No entanto, como a educação não se desenvolveu, a coesão social começou a fragmentar. Para que e por que seguir as regras sociais se “não vai dá nada mesmo”? Se antes os criminosos tinham medo, hoje é a sociedade que vive reprimida.
A violência é uma característica animal que, queiramos ou não, contribuiu para a formação da sociedade. No entanto, seus efeitos colaterais demonstram como a educação é infinitamente melhor. Se o Estado não investe na educação e não monopoliza a violência, como manter a coesão social? Esse é o sentido psicológico da violência.
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