Data de publicação: 24-08-2020 17:12:00

Polícia Civil indicia mulher que divulgou vídeo falso sobre caixões

Centro de Integração Empresa Escola de Minas Gerais -  CIEE
Foto: Internet/Reprodução
 
AGÊNCIA BRASIL
 
A mulher que divulgou vídeos falsos afirmando que em Belo Horizonte caixões estavam sendo enterrados vazios ou com pedras no lugar de corpos de vítimas da Covid-19 para superdimensionar o número de óbitos pela doença foi indiciada, nesta segunda-feira (24), pela Polícia Civil, depois de três meses de investigação.
 
Valdete Pereira Zanco vai responder pelos crimes de denunciação caluniosa, que prevê pena de dois a oito anos de prisão, e por provocar pânico ou tumulto, contravenção penal cuja punição pode variar de 15 dias a seis meses de reclusão.
 
Em maio, ao anunciar a instauração do inquérito, o delegado-geral Wagner Sales já antecipava as chances de a mulher ser responsabilizada pela “atitude nociva à sociedade”. “É preciso que a população se conscientize de que as atitudes no mundo virtual têm consequências no mundo real”, disse Sales.
 
Virais
 
No vídeo que divulgou pelas redes sociais, Valdete – que mora em Campanha, a cerca de 300 quilômetros da capital mineira – acusava a prefeitura de Belo Horizonte de estar a par dos falsos sepultamentos.
 
“Aqui, em Minas, está acontecendo um caso muito engraçado. Principalmente lá em BH”, diz a mulher, criticando o prefeito Alexandre Kalil e políticos em geral. “Estão enterrando um monte de gente com coronavírus. Aí, o que aconteceu? Mandaram ir lá e arrancar todos os caixões para fazer o exame para ver se é coronavírus mesmo. Sabe o que tem dentro do caixão? Pedra e madeira”, dizia Valdete.
 
Após o desmentido da prefeitura de Belo Horizonte e o anúncio de que a Polícia Civil investigaria a autoria da gravação, Valdete divulgou um segundo vídeo no qual pedia desculpas e afirmava que não tinha a intenção de espalhar mentiras. “Estou arrependida, muito triste. Sofri bastante com tudo o que aconteceu e estou aqui para pedir desculpa e perdão”, disse ela em um trecho do vídeo.
 
Ao se espalhar pelas redes sociais, o primeiro vídeo divulgado por Valdete contribuiu para desacreditar as notícias iniciais a respeito da letalidade da doença que, até 2 de maio, já tinha matado 6.750 pessoas em todo o país – no último domingo (23), o Brasil já registrava um total de 114.744 mortes confirmadas pela Covid-19.
 
Ceasa
 
Semanas antes de a polícia instaurar inquérito para apurar a atitude de Valdete, outro vídeo com falsas acusações sobre a situação em Minas Gerais já tinha repercutido nas redes sociais e chamado a atenção das autoridades. Gravado no entreposto da Central de Abastecimento (Ceasa) de Contagem, o vídeo exibia um homem que afirmava que as recomendações de distanciamento social, com restrições a algumas atividades comerciais, ameaçavam os moradores da capital mineira e da região metropolitana com a falta de alimentos.
 
O vídeo foi gravado por Edson Venâncio, em uma área da Ceasa que passava por obras, em dia e horário de menor movimento no local. Imagens posteriormente disponibilizadas pela central demonstraram que as bancas estavam devidamente abastecidas e que o movimento naquele dia tinha sido normal.
 
A Polícia Civil também instaurou inquérito nesse caso. Ao ser ouvido, Venâncio declarou que agiu sozinho, com a intenção de alertar a população sobre os efeitos econômicos do distanciamento social. No início de agosto, a polícia concluiu que ele teve a intenção de enganar e o indiciou por tentativa de provocar alarme.
 
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